Amor de tinta [ Taekook ]

Capítulo doze

( Quatro dias depois )

Era noite quando Jeongguk apenas pediu licença da mesa de jantar, alegando já estar satisfeito e por isso se retirou tranquilamente, seguindo pelo corredor do casarão e tocando disfarçadamente a sua barriga.

Apressou os seus passos ao subir os degraus da escada, caminhando até o seu aposento e reprimindo os lábios, pois estava enjoado do cheiro da sobremesa, mas não queria dar tanto na cara e fazer Taehyung perguntar, porque não teve coragem de contar sobre a gravidez. Talvez estivesse temendo a reação do humano, temia que ele pudesse achá-lo uma criatura impura ou até mesmo o expulsasse, jogando-o ao vento junto de um bebê no ventre.

Fechou a porta do quarto lentamente ao adentrar o cômodo, seguindo até a sacada e encarando a lua cheia no céu noturno. Saiu pela porta da sacada e se apoiou no parapeito, seus olhos se fechando e respirando fundo para tentar relaxar, pois temia que pudesse estar levantando suspeitas ao seu redor.

Jeongguk estava tão distraído que nem ao menos notou Taehyung entrando dentro do quarto, os passos do humano foram lentos e o Elfo apenas despertou ao ouvir a voz do mais velho dizendo toc-toc, pedindo para se aproximar de uma forma mais divertida e espontânea, já que tinham pegado esse costume ao longo dos dias juntos.

— Eu nem te ouvi entrar. — sussurrou o Elfo, suspirando pesadamente e olhando por cima do ombro para o mais velho, vendo os cabelos castanhos dele bem ajeitados.

— Você simplesmente pediu licença e se retirou, pensei em vir atrás para te fazer companhia. — comentou o Kim, ficando ao lado do menor e encarando a lua junto com ele, sorrindo mínimo. — Os treinos estão te deixando exausto, deveria descansar mais, meu amado.

— Nada do qual eu não esteja acostumado desde sempre, Tae. Canalizar magia demais também nos levam a ter exaustão excessiva. — disse Jeongguk, olhando de relance para o mais velho e então encarou o jardim do casarão logo a frente. — E talvez seja por isso que eu esteja aparentando tanto cansaço nesses dias árduos de treinos intensivos.

— Por que não me contou que está tendo tonturas, enjôos e mal estar, Gguk? Não confia em mim? — perguntou Taehyung, suas sobrancelhas se franzindo ao ver que o Elfo paralisou por alguns segundos e arregalou os olhos.

— Quem te contou? — sussurrou o menor, encolhendo um pouco os ombros e então se lembrando que há quatro dias atrás viu Taehyung indo atrás da sua irmã na trilha que a levaria até a floresta. — Foi a Elbereth?

— O que está acontecendo, Jeongguk? Por que ultimamente anda tendo esses sintomas e a sua fica te tratando com rispidez? — questionou o humano, dessa vez mais rígido, pois agora tinha mais certeza ainda de que algo estava acontecendo e que o Elfo escondia algo sério.

O silêncio de Jeongguk apenas denunciou tudo, principalmente quando desviou o olhar e suas mãos começaram a tremer, demonstrando nervosismo e tensão, causando certa preocupação em Taehyung.

— Tae… — chamou baixinho, sua voz falhando para conter as lágrimas e um revirar enjoativo se apossando do seu estômago, fazendo-o sentir vontade de colocar todo o jantar que ingeriu para fora. — E-Eu…

— Conta para mim, amor. — pediu Taehyung, suavizando mais a sua voz ao notar fragilidade no menor e então se aproximou, tocando-lhe a bochecha. — O que está acontecendo com você?

— Promete não me mandar embora? — implorou Jeongguk, seus olhos cheios de lágrimas ao encarar o mais velho, sentindo o toque sútil dele. — Eu vou contar, mas apenas me prometa, por favor.

— Jamais te mandaria embora, meu bem. Você é o meu amado e também o meu noivo, jamais eu seria tão maldoso em te mandar embora. — falou o Kim, enxugando as lágrimas que escorriam pelos cantos dos olhos do Elfo e vendo o olhar murcho dele.