Cap.05 Me ofereçam seus pulsos

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•Nuank•

Kay. Kay Celus, esse era o nome do caçador, descobriu depois de caminhar com ele até o estábulo onde ele deixava seu cavalo, descobriu também que a alguns meses ele não era mais o tipo convencional de caçador, estava trabalhando em Torbelário como caçador de recompensas, era isso que estava fazendo pra viver. Nuank seguia na garupa do cavalo de Kay enquanto conversavam.

—e onde você vivia, antes de vir pra cá?. Perguntou a ele.

—não é muito longe daqui, fica ao norte, uma vila pequena na Floresta Verde, é de lá que eu vim.

—Floresta Verde! Eu vim da Floresta Azul, eu sou da Vila do Caires. O movimento do cavalo impulsionava Nuank para a frente, o cheiro de Kay invadia seu nariz o inebriando.

—Vila do Caires, é famosa, você estava lá não foi? Durante....

—sim estava. A lembrança do fatídico dia correu de volta a lembrança de Nuank, e o assobio... Aquele som terrível, o som que anunciava a chegada da morte, era o que causava seus pesadelos a noite.

—foi assim que veio parar aqui?. Perguntou Kay em voz baixa.

—sim. Respirou fundo para engolir as lembranças de volta.

—sinto muito, pelas suas perdas. Disse o caçador.

—obrigado.

Nuank e Kay chegaram a ponte da traíra, e lá estava Cosmi e o garoto ruivo esperando por eles.

—vamos pra casa?. Falou Cosmi com um largo sorriso no rosto.

—vamos!. Nuank sorrio de volta.

Agora uma dupla em cada cavalo seguia o caminho de volta pelo mesmo lugar que vieram, logo ali do lado, a distância de um braço estava o garoto ruivo que viu na feira no dia anterior, de perto ele era ainda mais lindo. Olhos espertos em um tom verde azulado, seu lindo cabelo ruivo vibrante, de mechas onduladas estava um pouco bagunçado o que deixava ele com uma cara fofa, a pelugem rala de pelos alaranjados no rosto delicado dava um toque sexy. Nuank imaginou a sensação daquela barba roçando em sua pele e um forte arrepio percorreu todo seu corpo. Teve de afastar o pensamento rápido pra não ficar excitado em cima do cavalo. Que situação constrangedora, imagina agora viver na mesma casa com esses dois homens, vai ser difícil pra mim. Em sua frente o moreno de olhar penetrante e voz rouca, do lado o ruivo com carinha de príncipe. Tá se eu pudesse escolher só um, com qual eu ficaria?. A resposta não veio, simplesmente não conseguia decidir. Os dois eram bons de mais pra escolher só um então decidiu: se eu tiver a oportunidade vou provar dos dois sem remorso.

Estavam na estradinha, logo mais a frente chegaram a clareira onde ficava a casa. Eles desceram dos cavalos.

—nossa, que lugar é esse?. Perguntou o garoto ruivo deslumbrado.

—é a nossa casa!. Era impressionante como Cosmi já se sentia a vontade naquele lugar, chamava-o de casa com uma facilidade como se tivesse nascido e crescido naquele lugar.

—isso aqui é um palácio... Ontem você era mendigo e hoje mora aqui? Como é possível?. Kay questionou Nuank.

—vamos lá dentro, tem alguém que pode explicar melhor que eu. Disse tomando a frente no caminho até a porta.

Entrar naquela casa sempre seria uma experiência fascinante, aquela imponência do tamanho, o requinte dos detalhes, tudo era impressionantemente bonito. Os recém chegados também reconheciam isso. O grandioso hall entre as salas com piso de mármore, janelas grandes que convidavam a luz do dia a entrar, dois enormes vasos com plantas exóticas ladeavam a porta de entrada, o tapete vermelho vivo vinha logo em seguida e formava um caminho escarlate até a escada enorme de mármore que se erguia do chão.

Arautos do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora