Arautos do Caos

Cap.11 Dois garotos num posto de vigilância

•Nuank•

Depois de mais um dia de conversas e planejamentos com seus parceiros, esse era o dia que daria início ao projeto de revolta em Torbelário. Cosmi havia ficado muito entusiasmado com o plano, ele não via a hora de entrar em ação. Emet estava cauteloso, porém confiante, estava ciente de seu potencial e a ideia como um todo de livrar Torbelário dos Altos lhe agradava. Kay era o mais confiante de todos, ele conhecia a cidade como a palma de sua mão, e foi parte crucial na formulação dos planos de fuga, caso algo desse errado. Na noite anterior Sybian havia passado na casa para ver como estavam e tomou conhecimento dos planos de seus arautos, e o Deus Alto ficou bastante feliz com a iniciativa e deu sua benção para a empreitada, não restava mais nada era só começar.

Para o dia do ataque Nuank encontrou um bonito conjunto no seu closet, na parte de cima a roupa era justa, amarrada na frente uma corda em zigzag que descia do pescoço até em baixo, a calça com cintura alta fechada com uma dupla fileira de botões, as botas foram as mesmas que usou no dia em que chegou na casa, altas e claras, o branco era a cor predominante e o dourado dava o toque dos detalhes. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, e usou um delicioso perfume floral, estava pronto para sair.

Lá embaixo Emet, Estin e Kay conversavam tranquilamente na sala mobiliada enquanto Cosmi tomava seu café da manhã quieto e pacato na outra sala.

—oi como você tá?. Perguntou sentando-se à mesa.

—eu tô bem, me sinto estranhamente tranquilo. Falou Cosmi, ele tomava um café da manhã discreto e simples.

—que bom que está tranquilo, hoje nosso dia promete fortes emoções. Os sorrisos vieram à tona assim como os pensamentos do que estava por vir.

—e você, como se sente?. A pergunta de Cosmi saiu abafada devido a fatia de pão que preenchia a boca.

—animado, fico imaginando a cara que eles farão quando virem humanos portando magia.

Nuank e Cosmi terminaram o café da manhã, a sensação que corria no corpo era agradável, um bem-estar incrível, parecia o destino fazendo carícias no ego e incentivando a manter a plenitude.

Do lado de fora dois cavalos esperavam, o preto era o cavalo de Kay, um companheiro fiel aquém ele tinha muito carinho, o branco era o cavalo que Sybian havia trazido de algum lugar quando eles foram até a cidade em busca de Kay e Emet, Kay iria montado no seu cavalo enquanto Emet iria no branco, Nuank e Cosmi agora tinham seus próprios métodos de locomoção, eles agiriam em duplas também, os dois a cavalo ficariam juntos, Nuank iria junto com seu amigo. Com ordens e relinchos Kay e Emet partiram pela estrada em cima dos cavalos, Nuank encarou Cosmi um último momento.

—você está pronto?.

—com certeza. E então Cosmi se tornou aquele vulto branco que desaparecia com um piscar de olhos.

Nuank tomou fôlego, organizou aquelas energias opostas em seu corpo e logo em seguida embaralhou tudo, seu corpo e sua mente se tornaram pétalas de lótus que agora subiam pelos céus voando livremente.

O primeiro passo para começar a revolta de Torbelário seria um ataque a dois postos da guarda da cidade, cada uma das duplas atacariam um posto. Em Torbelário havia essa força armada que era uma espécie de polícia chamada Guarda da Cidade, era composta por Altos, que que segundo eles próprios patrulhavam a cidade com o intuito de proteger e manter a ordem. A guarda da cidade é muito violenta, a pior coisa que poderia acontecer a um humano em Torbelário era se tornar vítima deles, afinal eles são Altos e a única pessoa aquém eles precisavam responder eram a eles mesmos, por isso a guarda tinha carta branca pra fazer qualquer tipo de barbárie que desejasse. Havia uma hierarquia dentro da guarda, a camada mais numerosa e em nível mais baixo eram os soldados, eram eles que costumavam fazer as rondas a cavalo pela cidade, acima deles tinham capitães e acima dos capitães havia o Lorde da Guarda, o homem que representava a força maior dentre eles.