Capítulo 1 - O comandante e a escudeira

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6 meses atrás

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6 meses atrás.

A caravana de soldados saiu durante a noite. A população em Tiror crescia exponencialmente nos últimos meses após terem ouvido sobre a reconquista da cidade, o que tinha me permitido montar um bom time e manter o controle do país.

É claro que grande parte do exército de Borr estava agora estacionado no Leste, e eu ainda quase tinha perdido Mimir quando ela ouviu as notícias sobre a morte de Anna, pois ela pensara seriamente em voltar para Antar. Mas sem motivos claros para retornar ao Leste, Tiazi estava mais concentrada do que nunca em fazer do Norte um lugar próspero e livre novamente.

Os soldados respeitavam nosso comando e lutavam de forma um tanto decente. Minha unidade era composta de cem homens que lutavam tão bem quanto a unidade que Hednir comandava no passado, mas eu havia levado comigo apenas uns vinte para aquela missão.

O único motivo de nós, do alto comando de Tiror estarmos marchando em território inimigo eram os pedidos de socorro que não paravam de chegar. Dessa vez um viera de Sérpia, que ainda estava sob controle de Borr, mas que sabíamos ter poucos guardas.

Uma jovenzinha havia fugido até Tiror e pedido por ajuda, alegando que todos os soldados baldianos haviam morrido e que a vila acabaria sendo destruída. Quando perguntamos quem a atacou, ela não soube dizer. Continuava balbuciando palavras estranhas e chamando as criaturas de "demônios", que os mais velhos diziam serem seres que sugavam almas.

Um dos grandes motivos pelos quais decidi salvar Sérpia foi justamente por eu ter nascido lá. Esperava que nossa caravana pudesse salvar os residentes de possíveis ataques e levar os sobreviventes para viver em Tiror conosco, fortalecendo ainda mais a rebelião.

Chegamos na cidade durante a noite. Toda a comitiva de soldados desceu de seus cavalos dando passos desconfiados e silenciosos, quando notamos a escuridão e a mórbida quietude da vila.

Acendi meus olhos com magia e consegui ver, apesar do escuro. Senti uma grande ânsia quando notei vários corpos espalhados pelo chão. Me agachei ao lado de um e estava tão gelado e fedido que já devia fazer dias que havia morrido.

— Se espalhem e procurem por sobreviventes. — Sussurrei, mas o comando foi passado adiante.

Senti o cheiro agradável de Mimir, agachada ao meu lado, e sua voz feminina sussurrou, notando o corpo graças a vaga claridade da lua.

— Algo está muito errado, Streymoy... Temos ouvido várias histórias assim dos refugiados, de vilas inteiras desaparecendo à noite. Seja quem for o inimigo, não costuma deixar sobreviventes.

— Também estou com uma péssima sensação.

— Comandante! — Um homem bradou.

Segui a claridade de sua tocha acesa ao lado de uma casa e Mimir veio em meu encalço.

— Parece que tem um porão. Tem algumas mulheres e crianças escondidas.

Troquei um olhar com Mimir e ela foi na frente, para mostrar aos sobreviventes que não éramos uma ameaça. Segui logo atrás, mas deixei que Mimir falasse. Os olhos curiosos e amedrontados do grupo me fitaram, encolhidas num canto do pequeno porão que mais parecia um calabouço.

A Guerra dos Impérios - Volume III: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora