Capítulo 21 - Desejos de felicidade

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Me senti fadigado

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Me senti fadigado. O trabalho de lidar com o bem estar de um império por si só era um grande desafio. Mas lidar com a guerra contra os nortenhos e um ataque surpresa contra os sulistas, além da situação de Bisonte e o retorno de Anna... Talvez fossem mais surpresas do que uma pessoa comum conseguisse lidar.

Fitei a roupa sulista no espelho e notei minha expressão irritada. Suspirei. A camisa e a calça branca com detalhes em fios de ouro eram chamativas demais pra mim, mas as sandálias apenas pioravam tudo. Preferia algo preto e discreto, e minhas botas.

— Isso não parece certo... — Murmurei, insatisfeito, e cruzei o biombo de madeira para procurar meus pertences. Parei meu passo assim que meu olhar caiu sobre Anna.

Usava um conjunto branco com detalhes em roxo e fios de ouro, que se parecia um pouco com as vestes de uma dançarina Saikhan. A saia e a blusa curta deixavam à mostra o pálido abdômen e revelavam muito das pernas esguias, pois havia longos cortes nas laterais da saia. 

A roupa atraía tanta atenção ao corpo esbelto e a deixavam tão sensual, que reprimi a vontade de correr até a cama e cobri-la com o lençol, pra impedir que qualquer outra pessoa a visse assim. Eu não era exatamente puritano, mas andava estranho demais no que tangia a Anna.

— O que foi? Está bonito. — Ela disse de repente, se referindo a mim. Talvez tivesse ouvido meus resmungos sobre a minha roupa.

— Será que estou digno de acompanhar você? — Ela sorriu e se ergueu da poltrona onde estava sentada, fazendo meu coração bater mais rápido a cada passo que deu na minha direção.

— Claro que sim... Mas devo confessar que não faço ideia de como chegamos lá.

Ensaiei um sorriso.

— Descobriremos.

Eu tinha vergonha de admitir que, assim como todo homem, talvez eu fosse simples demais. Bastava ver Anna em uma roupa bonita que eu me convertia em um completo idiota.

O silêncio deve ter denunciado minha estranheza, pois a garota limpou a garganta e murmurou um pouco sem jeito:

— As vestes sulistas são muito reveladoras... Apesar de que emagreci demais, então não há muito o que revelar.

— Você é linda de qualquer jeito.

— Obrigada, Isa. — Ela sorriu pequeno, de uma forma tímida e adorável. 

Nesses momentos eu ficava feliz que Anna não podia ler pensamentos. Me perguntava o que ela faria se soubesse o que se passava na minha cabeça de vez em quando.

— Vamos? — Ergui meu braço e ela o recebeu.

Caminhamos juntos rumo a festa no centro da cidade. Enquanto caminhávamos, me perdi em pensamentos. Memórias invadiram a minha mente de repente. De como ignorei Anna na Cidade Fronteira e como ela chorou por estar sozinha. Como Bisonte me convenceu a levá-la conosco e como ela quis conversar comigo na floresta. De quando ela flertava comigo como se fosse uma brincadeira, enquanto eu tentava lhe ignorar, sem saber que pouco a pouco me deixava seduzir.

A Guerra dos Impérios - Volume III: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora