Capítulo 2 - Rompimento

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6 meses atrás

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6 meses atrás.

Acho que diriam que ele era um homem estranho. Afinal, nos últimos quinze anos ou mais, Antar havia vivido na mais absoluta paz e ócio, onde os nobres faziam o que bem entendiam.

Mesmo estando ali há poucos meses, eu já sabia o suficiente para entender que Anna nunca tivera chance de sobreviver sozinha naquele lugar. O Norte era sem dúvidas violento, mas os mahins eram transparentes. Se não gostávamos de alguém, fazíamos um duelo. Não haviam tantos esquemas e traições. Antar era um lugar um tanto de difícil de se viver como alguém da nobreza.

Por isso Issachar Warwyck Felkor era um homem estranho. Desde o segundo em que se tornou imperador após a morte de Anna, não deixou que ninguém criticasse sua ascensão. Os nobres continuaram dizendo que ele era um usurpador até que ele calou a todos os críticos com violência bem calculada.

Agora armavam pelas suas costas com tamanho cuidado, porque tinha medo de morrer. Achavam-no louco. O chamavam de Imperador Sanguinário. Até hoje o sangue de alguns nobres manchava o mármore do salão do conselho, por mais que tivessem tentado limpar.

Mas o povo parecia gostar dele. Se lembravam com adoração de Anna e lhe construíram um memorial na capital. Deram-lhe um título de "santa", que aparentemente é o nome de alguém com poderes concedidos pelos deuses. E ele era o preferido do Pardal, ou assim diziam.

As verbas aumentaram nas províncias depois que ele ajustou as taxas dos nobres, apesar dos gastos militares constantes que agora usava para manter as fronteiras em guerra com o império nortenho.

Ouvi que Bradalgar tinha problemas com o Ratel de Zalim, mas cederam uma aliança com Antar com medo de perderem território para os baldianos.

Ventosa também estava prosperando bem e se tornou um condado. Nos últimos meses, consegui crescer bem o poderio militar e até as casas praticamente dobraram com a chegada de muitos valeses indo viver entre nós. Com isso, minha reputação também parecia crescer.

Ouvi por uma carta de Astrid que os nobres tinham medo de mim. Diziam que eu era um dos cães de caça do imperador. Eu não poderia dizer que era mentira, pois era exatamente por isso que eu havia viajado até Siktima e praticamente promovi um banho de sangue com a cabeça de rebeldes.

Siktima era um constante trabalho com os remanescentes de Lorde Beladona. Issachar, porém, não tinha nenhuma tolerância com eles. E finalmente, havíamos conseguido extingui-los da província.

O encontrei sentado no jardim naquela manhã, tomando chá enquanto contemplava os lírios. Tinha um olhar cansado e havia deixado a barba crescer mediana, o que o deixara mais masculino. Mas também se tornou mais silencioso e quase melancólico desde que Anna havia morrido.

Ouvi boatos das servas de que quando Issachar não estava trabalhando exaustivamente nos assuntos do império ou coberto de sangue nas fronteiras, se trancava no escritório e bebia sozinho olhando para o retrato da mulher de olhos lilases. Na sua mão, ao menos, a aliança ainda estava. Mas as mulheres continuavam se jogando sobre ele como moscas, esperando que pudessem ter a chance de ascenderem.

A Guerra dos Impérios - Volume III: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora