Capítulo 13 - Chegada a Mukantagara

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Após os dias no calor escaldante do deserto, nossa procissão de soldados e camelos adentrou a cidade capital de Mukantagara

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Após os dias no calor escaldante do deserto, nossa procissão de soldados e camelos adentrou a cidade capital de Mukantagara. Era minha primeira vez visitando o Sul e me irritava o fato de ter areia em cada poro do meu corpo, e o suor constante que a fazia grudar ainda mais. Mas a cidade era um tanto exótica e bela.

Suas casas quadradas cor de areia com janelas e portas geométricas que pareciam todas feitas pela mesma pessoa. O rio que cortava a cidade ao meio e ao lado do qual uma vegetação extremamente verde crescia e muitas árvores altas de palmeira. E o palácio que se estendia da mesma cor das casas, mas com torres tão altas que pareciam serem capazes de abrigar a cidade inteira dentro de seus salões.

O cheiro de especiarias se sobressaiu ao nosso cheiro de suor e cansaço, e de repente me lembrei do Vale. As pessoas caminhando curiosas entre tendas coloridas, as mulheres com seus véus e os homens com seus turbantes. Era fácil de ver como a cultura sulista podia ter influenciado meus antepassados valeses que navegaram pelos mares.

O som de uma flauta chamou minha atenção e notei um homem seminu com um grande turbante a tocando, enquanto uma serpente do deserto dançava no ritmo da música. Imaginei como ele conseguia encantá-la para que ela não o atacasse, mas meu interesse foi atraído na direção de mais cheiros e comidas exóticas expostas nas ruas. Alguns cheiros me eram muito familiares, outros completamente diferentes.

Notei a abundância de escravos andando nas ruas com suas vestes simplórias e correntes em seus pescoços, seguindo pessoas com roupas de sedas coloridas e joias. Era inevitável que o berço do mercado escravista tivesse um número absurdo deles. Era ainda mais fácil de notar os escravos Asas Místicas com suas feições belas e olhos coloridos e alguns com asas ainda intactas, mas presas por aparatos.

Os passantes olhavam com curiosidade para a nossa imponente procissão e assim foi, até chegarmos no palácio. Os guardas na entrada não usavam armaduras, mas um tecido branco cobria os quadris até o joelho, se assemelhando a uma saia. Não usavam peça alguma no peito além de uma ornamentação de ouro, e um turbante estranho e ornamentado que devia lhes proteger do calor. Em suas mãos possuíam uma espécie de machado duplo, que na verdade se assemelhava a um cajado com uma lâmina de machado em formato de leque, em cada ponta.

Quando nossa chegada foi anunciada, os portões se abriram e pudemos adentrar o pátio onde a vegetação verde era abundante e muitas pessoas passeavam com suas roupas reveladoras de sedas coloridas e leques de pena, além de grandes sombrinhas que lhes protegiam do Sol.

Os guardas indicaram até onde meus soldados poderiam ir e nos instruíram a deixar os camelos, guiando a mim e a um seleto grupo que escolhi com Alice, Jiang e Sahaja, pelos jardins até outro pátio com uma grande piscina, onde um grupo de mulheres brincava na água, com seus tecidos molhados revelando muito de seus corpos e seus risos enchendo o ar.

Um guarda fez sinal para que eu parasse e não me aproximasse da piscina. Ele foi até o outro lado, numa área coberta onde um homem e uma mulher estavam sentados sobre tapetes e com vários alimentos dispostos numa mesa baixa.

A Guerra dos Impérios - Volume III: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora