Capítulo 16 - Deixando Mukantagara

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O ar adentrou minhas narinas e me vi grunhindo involuntariamente ao sentir o confortável e quente abraço

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O ar adentrou minhas narinas e me vi grunhindo involuntariamente ao sentir o confortável e quente abraço. Imaginei estar sonhando, mas me lembrei de repente da noite anterior. Envolvi a perna dele com a minha, me aconchegando ainda mais, mas demorei a abrir os olhos. Quando o fiz e ergui o olhar, Issachar estava acordado e seus olhos encaravam o teto, perdidos em pensamentos.

Palavras não saíam da minha boca, porque eu sabia que assim como eu, ele devia estar um tanto confuso. Mesmo que eu quisesse que agíssemos como se nada tivesse acontecido, um ano inteiro e um oceano havia nos separado. E eu tinha medo de perguntar o que eu realmente queria saber, porque eu tinha medo da resposta... A resposta sobre se ele ainda me amava ou não. Porque ele havia dito que seria minha família, e sem ele eu não tinha mais ninguém.

Suspirei, sentindo o cheiro gostoso que emanava da sua pele e da camisa fina de algodão. Só então passou pela minha cabeça que eu não devia estar cheirando muito bem. Na torre eu não podia me banhar com frequência e já havia alguns dias desde a última vez que me limpei. Me sentei de uma vez na cama, e cheirei meu cabelo. Não estava fedido, mas com certeza não estava agradável como Issachar.

Virei para trás e notei o olhar confuso dele me encarando.

— O que foi? Teve um pesadelo? — Ele perguntou, se sentando do meu lado e tocando minhas costas com gentileza.

Me encolhi ainda mais.

— Acha que posso me banhar antes de partirmos?

Ele fez que sim com a cabeça.

— Ontem eu estava tão afobado que me esqueci... Precisamos de camelos, mas não falo mukantagariano. Vou precisar sair e encontrar ajuda.

Estávamos em uma situação delicada, pois precisávamos de alguém em quem pudéssemos confiar e que não nos entregasse ao rei. O Sul era cheio de pessoas questionáveis.

— Eu conheço alguém... Uma Asa Mística que tem me ajudado durante minha estadia na torre. Ela me ensinou a usar minhas habilidades para me comunicar com ela. Posso tentar convocá-la aqui.

— Isso é bom... Eu vou acender o fogo para esquentar o ensopado e a água do banho. Pode tentar se comunicar com ela?

Fiz que sim com a cabeça. Issachar grunhiu e se espreguiçou antes de se por de pé e deixar o quarto. Por algum motivo eu emburrei. Ele era tão bom em fingir que tudo estava normal, enquanto claramente nada estava.

Suspirei e me ajeitei na cama, tentando me concentrar conforme Fabiene me ensinou. Reunindo meu poder, pude sentir a estranha conexão que sentia com os Asas Místicas. Era como caminhar por estradas que eu conhecia, apesar de nunca ter estado nelas. E no fim de uma dessas estradas eu simplesmente sabia que estava Fabiene.

Expliquei em meus pensamentos onde eu me encontrava, e apesar de não poder ouvir sua voz, eu sentia como se ela tivesse recebido a mensagem.

Abri meus olhos devagar e respirei fundo, me sentindo cansada. Apesar de ter melhorado ao usar meu poder, meu corpo estava fraco para lidar com muita magia, então não podia exagerar.

A Guerra dos Impérios - Volume III: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora