14 - Tempestade

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Elas passaram o resto do fim de semana inquietas, suas mentes criaram infinitas possibilidades de problemas e a mesma quantidade de soluções.

Uma semana se passou e nada nenhuma notícia, Soraya tentou falar com Isabela, mas a mesma não atendia o telefone e não respondia nenhuma das mais de 40 mensagens que foram enviadas. Na faculdade se esquivava de todas as tentativas de aproximação que a loira fez.

Quase duas semanas se passou desde aquele almoço, Soraya e Simone ainda aflitas pensaram em relaxar um pouco, estavam em alerta todo esse tempo, talvez devessem ter mantido vigilância por mais um período.

Quinta a noite elas resolveram ir a um bar, para tentar relaxar e esquecer um pouco toda a pressão que esse silencio de Isabela estava causando. Ambas preferiam que ela tivesse contado pra todos logo de cara, desta forma teria resolvido, porém ela não agiu como esperado e isso causou um estresse enorme no casal.

Não iriam ficar muito tempo no bar pois teriam que acordar cedo na manhã seguinte, eram quase 22hrs quando pediram a saideira, enquanto aguardava o garçom os celulares de ambas vibram sinalizado a chegada de uma notificação, como a claridade de um relâmpago as luzes da tela se acenderam. Elas se entreolham e pegam os aparelhos.

O relâmpago nada mais é que a claridade deixada por um raio em uma tempestade e assim foi, certeiro, sem hesitar rasgando o céu e atingido seu alvo com a intensidade de 30 mil ampères deixando rastros no solo, sem deixar espaço para saber o que os atingiu.

Assim como nas tempestades após o relâmpago sempre vem o trovão, pois a velocidade da luz é maior que a do som e o trovão veio grande, imponente, ensurdecedor. Dessa maneira foi o e-mail que ambas receberam do vice-diretor Guilherme Boulos convocando para uma reunião às sete da manhã.

Enfim a tempestade se anunciou e a chuva veio molhando tudo, sem dar tempo de procurar um abrigo. O que mais temiam aconteceu e da forma que imaginaram, mas não é porque de certa forma previram, que isso significava que estavam preparadas.

Estava lá uma matéria completa no jornal da universidade, Isabela fazia parte da turma de redatores do jornal, e ela usou isso para divulgar uma manchete e todas as fotos que havia tirado.

Soraya e Simone se sobressaltaram quando viu as fotos, elas não imaginavam que Isabela tinha tantas provas, fotos de Soraya no campus caminhando com a professora e o marido dela, fotos do dia que Simone levou Soraya para conhecer sua casa, ela estava dirigindo parada na portaria do condomínio com a loira ao seu lado, imagens delas no aeroporto chegando de viagem andando de mãos dadas pelo saguão, em outras conversavam muito próximas a mão de Simone na cintura da loira e a boca da morena próximo ao ouvido da mais nova, foto do carro de Simone no condomínio de Thronicke e é claro fotos da noite que foram descobertas, e naquelas fotos tinha a prova irrefutável, as duas aos beijos.

Thronicke bebeu em um gole só sua bebida que acabara de chegar levantou e se enveredou do bar, se sentia sufocada, faltava ar em seus pulmões e o sangue fervia em suas veias, em instantes a chuva que caia lhe ensopou as roupas e o cabelo.

Tebet ao ver a atitude da loira, fez o mesmo com sua bebida e a seguiu pra fora do estabelecimento, parou ao ver que sua aluna estava na calçada debaixo de chuva aflita, as lágrimas salgadas misturando com a água doce que caia do céu, pingos tão grossos que agredia a pele, como se fosse pedras arremessadas, sem perceber que seu rosto se encontrava da mesma forma, se aproximou e abraçou seu mundo que continha um lindo cabelo loiro encharcado grudado em sua face, e um olhar perdido.

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