Quanto tepo dura um amor?
Alguns irão dizer dias, outros meses, terá aqueles que dirão anos e aqueles no qual dirão uma vida toda.
Já a ciência diz que é possível sim um amor durar para sempre, e quem somos nós para duvidar da ciência? Só um animal ruminante para duvidar disso.
Quase duas décadas se passaram, e os poucos momentos que tiveram juntas após o reencontro, no ar, pairava a sensação de que foi ontem que elas estavam na universidade.
Chegaram em casa por volta das 19:00 Simone foi para a cozinha preparar o jantar, e Soraya pegou o elevador a caminho do quarto para tomar um banho, muitas memorias se fizeram presente em sua mente a cada passo dado naquela casa, naquele quarto conhecido.
Tomou um longo banho quando chegou na cozinha o jantar estava quase pronto, uma taça de vinho estava em cima do balcão esperando por ela, assim que seus lábios tocaram o liquido de cor púrpura, sua mente viajou a um dia triste do passado, era o mesmo vinho Tannat, podemos chamar "o vinho de conversas difíceis", acho que seria a melhor definição.
— Tudo bem? — Simone diz, extirpando a loira de seus devaneios.
— Sim. — Disse olhando para a taça e depois olhando para os olhos da morena com um sorriso singelo sem mostrar os dentes. — É o vinho de conversas difíceis né. — Simone apenas balança a cabeça concordando, respirou fundo voltando sua atenção para as panelas.
Elas jantaram um Ravióli de queijo ao molho branco, uma conversa leve acompanhou o jantar. Soraya lavou a louça e Simone a fez companhia sentada no balcão, arremessou o pano de prato na loira que jogou água em sua direção, e logo o pano de descansava no chão foi alcançado e arremessado na morena.
Que a puxou para seus braços lhe abraçando forte, encarando profundamente aquela íris castanho claro que lhe fazia tão bem.
Os anos se passaram, mas a familiaridade que elas tinham, fazia com que mais de uma década e meia não fosse nada, elas sentaram no sofá e a garrafa de vinho descansava na mesa de centro. Soraya tinha o olhar perdido na sala, não sabia por onde começar até que Tebet quebrou o silêncio.
— O que aconteceu depois que eu te deixei no corredor e fui ao banheiro? — Perguntou em tom calmo.
— Eu entrei na sala e pedi para falar com minha mãe a sós, eu disse a ela que te amava que esse era o sentimento mais lindo do mundo, pedi para não te prejudicar, que me expulsasse da universidade, mas que não fizesse nada contra você. Ela me disse barbaridades e disse que eu não sabia o que era amor, que você tinha feito bruxaria pra mim, que iria me deserdar. Eu falei que ela poderia me deserdar que eu não precisava do dinheiro dela, até que ela ameaçou destruir sua carreira. — Disse ainda sem olhar para a morena. — Já vi minha mãe destruir muitas pessoas, pessoas que depois de anos não se reergueram, e eu sou mulher jamais permitiria que minha mãe destruísse a vida de outra mulher próxima a mim, principalmente a que eu amo. — Bebeu um logo gole de sua taça, Simone ouvia tudo atentamente.
— Eu não te contei que ela era minha mãe e isso de certa forma pesou na situação e eu tentei concertar, mas ela sempre foi muito manipuladora, eu implorei para ela não te prejudicar, você era e, é maravilhosa em tudo o que faz eu não deixaria tirar o brilho que seus olhos tinham quando me contava do tempo que passou nos tribunais, o sorriso que tinha ao entrar em uma sala de aula. Eu implorei, disse que faria qualquer coisa se ela te deixasse em paz.
As lágrimas corriam em seu rosto como uma cachoeira, os soluços fechavam seu desfiladeiro impedindo o ar de chegar em seus pulmões. Simone a abraçou forte e benevolente, até ela se acalmar, a morena pensava em tudo que ouviu até o momento não sabia o quão altruísta Soraya podia ser, e sentiu orgulho dela pelo feito, sentiu-se até um pouco mal por tê-la julgado na época.
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Por trás da Ética
Hayran KurguHistória fictícia sobre Simone Tebet e Soraya Thronicke. Um amor que ambas acharam que acabou antes mesmo de começar, mas nunca é tarde para viver amor Tudo que é descrito aqui são devaneios meus, sinto que estava precisando de um processo e olha...