Cap8-Matteo Cavichiolli

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Sentei-me numa das cadeiras da cozinha enquanto observava Maria e a minha mãe conversarem entre risos com o pequeno Gabriel no meio delas.

Acho que Maria era a primeira namorada que eu trazia cá para casa e a minha mãe gostava realmente dela. Esperem...namorada não. Porque raio eu falei isto? Acho que tenho andado a trabalhar demasiado ultimamente.

Mas que merda.

O que eu queria dizer era que Maria era a primeira mulher que eu conhecia que a minha mãe gostava. A minha mãe preocupava-se muito com o bem estar dela, talvez por Maria estar grávida do seu neto, não sei.

Hoje quando a minha mãe me ligou eu ficara verdadeiramente preocupado com Maria. Não confiava naquela Giovana e no que ela poderia tentar fazer contra Gabriel e agora contra Maria também.

Eu estava numa pequena lojinha de roupas para bebés quando a minha mãe me ligou a dizer para eu ir imediatamente para casa porque Giovana tinha estado lá e magoara Maria e queria levar Gabriel embora com ela.

Peguei na caixinha com o presente para Maria e logo me apressei para chegar rápido a casa, mas decidiram sair todos à rua naquela hora, pois o trânsito de um momento para o outro aumentou.

Lembro-me perfeitamente de quando cheguei a casa fui direto ao quarto de Maria onde encontrei a melhor cena que eu já vira em toda a minha vida: Gabriel beijou o nariz de Maria acordando-a entre risos. Sorri um pouco ao vê-los aos dois assim.

Maria no início não me pareceu ter gostado de me ver ali, mas assim que lhe entreguei o presente para o nosso bebé, ela até se emocionou fazendo-me sentir uma coisa estranha dentro de mim, mas logo dispersei aqueles pensamentos quando vi o meu bebé naquela fotografia a que chamam de ecografia. Eu não percebia muito bem onde estava o meu bebé até Maria me explicar.

Maria era feliz, pelo menos quando falava do nosso bebé ou do Gabriel, mas só isso. Não a censuro, ela está a ser obrigada a ficar numa casa estranha, que não é a dela.

Sei que a tontura que Maria teve no quarto não foi por ela ter fome, mas porque de certeza pensou em algo que a fez se sentir triste. Já percebi que quando algo a deixa mais abalada, ela fica muito em baixo e quando falam no nosso bebé ela fica muito feliz, mas depois parece que a sua cabeça viaja para algum lado e ela fica triste.

-São deliciosos...-Maria provou um dos biscoitos de gengibre da minha mãe e sorriu-queres um meu anjo?-Maria deu um biscoito a Gabriel que logo o aceitou.

-O resto fica para depois do jantar meus meninos-a minha mãe colocou-se em pé entre Maria e Gabriel que a ouviram com muita atenção-senão não vão ter barriga para o jantar...-a minha mãe falou virando costas.

A cena que se seguiu fez-me rir quando vi Maria tirar mais um biscoito escondida da minha mãe fazendo o meu filho sorrir com as mãos na boquinha.
Maria fez um sinal para Gabriel não dizer nada a avó e ele muito prontamente concordou com ela.

Eu definitivamente estou tramado com estas duas crianças.

-Tudo bem meu querido?-senti a minha mãe ao meu lado com a sua mão no meu ombro tirando-me dos meus próprios pensamentos.

-Sim...-falei olhando para Maria e Gabriel que riam de alguma coisa que ela falara.

-Eles tornaram-se inseparáveis, não foi?-a minha mãe olhou nos meus olhos-será uma grande tristeza quando tiverem de se separar.

-Nem comeces com as tuas coisas mãe-bufei olhando para Maria que beijava a bochecha do meu filho.

-Boa noite família-olhamos para trás quando ouvimos a voz do meu pai.

Virgem MariaOnde histórias criam vida. Descubra agora