Maria esteve dois dias no hospital e durante esses dois dias a minha vida foi uma tortura. Gabriel quase não dizia uma palavra e quando falava era para perguntar pela Maria e quando ela voltaria para casa.
Aquilo só me lembrava cada vez mais do acidente que tivemos e de todas as vidas que eu coloquei em risco: a minha, a do meu filho, a da Maria e a da minha filha também.
Sentia-me a pior pessoa do mundo e por mais que eu soubesse que a culpa não era toda minha, não me sentia melhor por isso.Eu ía depressa é certo, mas aquele maldito carro meteu-se à nossa frente de repente não parando no stop. Podíamos ter morrido.
Lembro-me da cara de assustado do meu filho e vou levar esse momento para o resto da minha vida e a Maria!? Oh, a minha doce Maria. Eu senti toda a sua fúria nas suas palavras naquele maldito dia. Eu mesmo temi que aquelas suas palavras fossem verdadeiras e o pior é que eu me mataria primeiro se algo lhes acontecesse.
-Merda...-passei as minhas mãos pelos meus cabelos e pela minha cara.
Eu estava a dar em louco dentro da minha própria casa.
Gabriel não falava, a Maria passava mais tempo a descansar do que no resto da casa e a minha mãe apesar de falar meras palavras comigo, eu conseguia ver toda a sua desilusão na sua cara. Acho que nunca vira a minha mãe tão desiludida comigo nem mesmo quando me portava mal e fazia asneiras quando era ainda criança.
-Merda...-voltei a suspirar.
-Papá?-levantei a cabeça quando ouvi a voz do meu filho.
-Diz meu grandalhão-sorri.
-Posso escolher o tema da minha festa de aniversário?-ele sorriu empolgado e levantando os bracinhos para que o pegasse ao colo.
-Claro-assenti pegando-o ao colo.
Gabriel ía fazer 5 anos daqui a um mês e queria fazer uma festa temática à sua escolha e bem, acho que ele já deve ter decidido o tema da sua festa.
-E eu posso saber qual tema escolheste?-perguntei curioso.
-Quero que o tema do meu aniversário seja o presépio de natal-ele riu batendo palminhas feliz.
-O presépio?-levantei uma sobrancelha estranhando-que ideia tão...original!?
-Vou contar à mamã-peguei nele e coloquei-o no chão-ela vai gostar da minha ideia, ela sempre gosta-ele riu e saiu da biblioteca a correr.
Maria.
Sorri.
Gabriel tem chamado mãe à Maria e confesso que nas primeiras vezes eu sentia um desconforto com aquela sua atitude e até pensei que Maria não fosse aceitar, mas ela surpreendeu-me quando aceitava que Gabe a chamasse assim daquele jeito e eu acabei por me habituar àquela nova ideia do meu filho e acho que toda a família também.
Respirei fundo e saí da biblioteca e quando o fiz dei de caras com a minha mãe que sorria ao ver algo através da janela da sala que dava uma bela visão para o jardim da parte de trás da casa.
Aproximei-me dela sem que ela notasse a minha presença e pude sorrir quando vi Maria a plantar alguma flor quando Gabriel apareceu e a abraçou por trás e ambos sorriram.
O meu filho disse algo a Maria que concordou e sorriu e ele logo se colocou ao lado dela ouvindo-a com muita atenção e depois imitou-a.
A minha mãe gargalhou quando Gabe atirou um pouco de terra sujando Maria e ela riu fazendo o mesmo e atirou alguma terra sujando o meu filho e ambos riram.
-Acaba com aquele maldito contrato Matteo-a minha mãe falou ainda sem olhar para trás, ela sabia que eu estava ali-faz com que a Maria te perdoe e criem os vossos filhos juntos mesmo que não como um casal-finalmente aqueles olhos grandes e azuis da minha mãe apareceram na minha direção.
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Virgem Maria
RomansaMaria tinha apenas 19 anos quando descobriu que estava grávida, mas algo estava errado. Maria era virgem, então como isso aconteceu? Matteo era dono de uma grande empresa, que se viu numa situação estranha quando descobriu que uma desconhecida ficar...