Cap19-Maria Castillo

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Enquanto Matt e Gabe brincavam à bola, eu continuei sentada debaixo daquela grande árvore a sentir a leve brisa no meu rosto.

Sorri quando senti a minha filha mexer de novo dentro de mim. Eu ficava tão orgulhosa quando ela fazia isso. Sentia-me realmente poderosa.

Acariciei a minha barriga sorrindo distraída enquanto observava as pessoas que por ali passavam naquele grande jardim. Algumas dessas pessoas faziam exercícios, outras estavam sentadas na relva verde e fresca a conversar, outras passeavam e outras estavam ali com os seus filhos a passarem numa bela tarde em família.

Sorri continuando a acariciar a minha barriga de seis meses.

Observei com atenção quando vi uma mãe a empurrar um carrinho de bebé. Ela parou o carrinho e tirou o seu bebé por estar a chorar.

Sorri quando percebi que o bebé era uma menina e automaticamente acariciei mais a minha barriga.

Aquela bebé pequenina e rechonchudinha parou de chorar assim que a sua mãe a colocou encostada no seu peito. Vi a sua mãe sorrir e eu já estava lavada em lágrimas.

Sentia cada uma das minhas lágrimas descerem pelo meu rosto ao ver aquela cena tão carinhosa e ternurenta.

Não sabia se estava a chorar por causa das hormonas de grávida ou se chorava por saber que eu nunca teria aquilo, nunca teria o aconchego da minha filha no meu peito, nos meus braços.

Tentei limpar as lágrimas, mas saíam mais a seguir.

Funguei.

Aquela mãe voltou a colocar a sua bebé no carrinho e saíram dali.

Acariciei a minha barriga sorrindo entre lágrimas.

-A mamã ama-te tanto-falei para a minha barriga, um ato que já venho adquirindo a algum tempo-nunca me esquecerei de ti meu amor e não desistirei de ti...nunca-sussurrei.

-Mamã...-tentei limpar a cara quando ouvi Gabe me chamar-eu ganhei ao papá, fiz um golo e...-aquele pequeno anjinho parou para me observar-estás a chorar mamã?

-Não meu amor-sorri abrindo os braços para ele-só estou um pouquinho cansada.

Vi Gabe se sentar no meu colo de frente para mim e pousar as suas mãos na minha barriga muito atento.

-Quando é que eu posso conhecer a minha irmãzinha?-ele olhou para mim-quero jogar à bola com ela.

-Daqui a três meses mais ou menos poderás conhecê-la meu anjinho e assim podem brincar muito os dois quando ela crescer um pouquinho-sorri.

-Tu e o papá também vão brincar connosco?-ele sorriu empolgado.

Sorri fraca com a sua pergunta.

Não sabia nem o que responder àquela sua inocente pergunta.

Queria tanto que fosse verdade o que Gabe acabara de falar, mas aquele maldito contrato não me vai permitir que isso um dia aconteça. Não me vai permitir que seja mãe um dia e eu sinto que me perderei neste mundo sem a minha filha nos meus braços.

Suspirei.

-Trouxe gelados para todos-saí dos meus pensamentos quando Matt sentou-se ao nosso lado e deu um gelado a cada um.

Eu e Gabe agradecemos e ficamos os três ali naquele silêncio acolhedor. Matteo percebeu que eu estivera a chorar, mas nada dissera ou perguntara e é melhor assim. Eu não queria ter de responder a nada ali e agora e estragar a nossa tarde.

(...)

Eram quase horas de jantar quando chegamos a casa e logo fomos recebidos por uma Malia e Pedro sorridentes.

Virgem MariaOnde histórias criam vida. Descubra agora