Cap2-Matteo Cavichiolli

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-Merda...-bati na minha mesa com força-como é que uma coisa dessas foi acontecer? Como deixaste que isso acontecesse Giovana?-gritei com ela.

-Ai também não é para tanto Matteo-ela revirou os olhos como se aquilo que ela fizera fosse a coisa mais normal do mundo-és um exagerado.

-Exagerado?-levantei-me e andei de um lado para o outro-achas que estar nervoso por teres trocado o lugar com uma mulher qualquer é um exagero?

-Aconteceu-ela encolheu os ombros.

-Uma coisa dessas não acontece por acaso-passei as mãos pelos meus cabelos-diz-me tu querias realmente fazer isto?

-Claro que sim.

-Eu quero a verdade Giovana-olhei bem fundo nos seus olhos.

-Olha sabes que mais? Tens razão-ela bufou-eu não estava a conseguir engravidar porque eu tomava a pílula escondida e quando me falaste no procedimento de injetar o teu sémen para eu engravidar vi-me presa, num beco sem saída e fiz a primeira coisa que me veio à cabeça: pedi para que o meu ginecologista fizesse isso na mulher que viesse a seguir a mim e prometi-lhe pagar bem e ele aceitou, pronto satisfeito?

-Traidora-dei um passo na sua direção e bati mais uma vez na mesa-porque não me disseste a verdade? Que não querias ser mãe!?

Ela nada respondeu.

-Era por dinheiro, não era?-fechei os punhos ao meu lado-estás comigo somente pelo dinheiro e não porque me amas verdadeiramente.

-Fiz isso por nós-ela revirou os olhos.

-E agora como vai ser?-passei as mãos pelos meus cabelos-esse médico vai sair impune? Vai andar uma qualquer a carregar um filho meu? E tu?

-Paguei ao médico para se ir embora-ela admitiu-e nós continuamos juntos e...

-Já não existe um nós Giovana-olhei nos seus olhos-podes pegar nas tuas coisas e ir embora.

-Não podes fazer isso-ela falou descrente.

-Estás na minha casa e eu terminei contigo agora mesmo, por isso eu posso tudo-peguei no seu braço-e não me faças ter de te arrancar daqui à força.

-Vais terminar assim com todo o nosso amor?

-Amor?-ri irónico-tu podias sentir tudo por mim, mas não era amor.

-Eu...

-Papá...-ambos nos calamos assim que o pequeno Gabriel entrou no escritório.

-Oi meu grandalhão-peguei no meu filho ao colo.

-Tenho saudades tuas papá-ele enlaçou os seus pequenos bracinhos em volta do meu pescoço.

-Eu estou aqui meu grandalhão-acariciei as suas costas.

-E o que vai ser do pequeno Gabriel, Matteo?-Giovana perguntou.

-Ele fica comigo ou terei de recorrer à justiça e contar que a própria mãe não tem condições de o sustentar, o que preferes?-olhei nos seus olhos.

-Não fazia conta de o levar comigo mesmo-ela encolheu os ombros indiferente-não quero que ele me impeça de crescer na vida, ele só me iria atrapalhar ainda mais-ela cuspiu as palavras.

-Pessoas como tu não deveriam de ter a oportunidade de ser mãe-coloquei o pequeno Gabriel no chão e ele logo se sentou na minha cadeira e começou a riscar um livro de colorir dele-és tão desnaturada e oca que não lutas pelo teu próprio filho e vais abandoná-lo.

-Se eu o levasse com certeza o abandonaria nas ruas-ela riu sinistra-não quero ter um bebé chorão colado a mim e...

-Sai daqui-peguei no braço dela e arrastei-a para fora do escritório para que ela não dissesse aquelas barbaridades à frente de Gabriel-tens 10 minutos para pegares nas tuas coisas e ires embora.

Virgem MariaOnde histórias criam vida. Descubra agora