Carla Maraisa sempre foi do tipo que esconde sua dor dos outros, sofrendo sozinha, morrendo silenciosamente. Porém, sua irmã Maiara começou a notar alguns comportamentos estranhos na gêmea durante aquela viagem á Vegas...
enquanto a Maiara se despedia daqueles loucos, eu percebi a Melissa agitada e subi com ela pro seu quartinho.
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sentei na poltrona e dei o peito pra ela antes que começasse a chorar, a acalmando e saciando sua fome. Não imaginava que uma coisinha tão pequena poderia ser tão faminta assim.
Mara: ei, vai com calma filha, seu tetezinho é só seu... ― acaricio seu cabelo ralinho ―
vejo um sombra se projetar no tapete e ao erguer a cabeça, vi o Léo parado na porta, com a mãozinha na boca. Falando baixo, chamei ele e disse que podia se aproximar de nós. Com muito cuidado, ele fez carinho na cabecinha da Melissa e a olhava como se fosse de porcelana.
Léo: ela é muito pequenininha, titia...
Mara: é sim, meu amor...
Léo: titia, eu podo pergunta uma coisa?
Mara: claro que pode
Léo: você e a titia Balala vão esquece de mim?
Mara: nós nunca vamos esquecer de você, pequeno, não vamos te deixar de lado só por que temos uma bebezinha nova na família ― bagunço o cabelo dele ―
Mai: você sempre vai ser o nosso homenzinho ― entra no quarto e agacha, ficando na altura dele ― nada vai mudar o nosso amor por você, entendeu?
Léo: tendi, titia Balala!
Mara: ainda somos as tias favoritas né?
Léo: é claro, titia boba!
Mai: muito boba ― pega ele no colo ― vamos lá pra baixo, mocinho? Seu papai tá esperando
Léo: tau titia Malaisa! tau Mel!
Mara: tchau, amor da titia!
assim que a Maiara saiu, o silêncio se fez presente. Eu fiquei olhando pro nada, imaginando como a Melissa vai ser quando tiver a idade do Léo. Coloquei ela no berço e apoiei os braços na grade, vigiando seu sono enquanto refletia o quanto a minha vida mudara em tão pouco tempo, e como o que eu jurei que seria o meu fim, se tornou um novo começo, uma nova fase da minha vida.
Junto da Maiara, a Melissa me deu forças pra não desistir e me salvou antes mesmo de vir ao mundo. Ela e a Maiara me fizeram enxergar que apesar de tudo, eu sou um ser humano e não deveria ser tão dura comigo mesma. Apesar das coisas ruins que passei, eu amadureci e consegui fechar as feridas quase que por completo.
nunca vou perdoar o Danilo, mas aquilo me serviu de aviso pro tipo de homem que existe no mundo e como posso me defender deles sozinha. Apesar de tudo, eu sou uma mulher foda que lutou contra vários demônios e ainda tá de pé, trabalhando pela família que construiu.
