Capítulo 10

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Dias depois

Maiara

A pedido da Maraisa, nós voltamos a ativa e começamos a cumprir uma nova agenda de shows. Nossa primeira parada foi em São Paulo, onde nos divertimos muito e pude ver que ela realmente está melhorando cada vez mais.

no camarim, depois do show, eu estava me desarrumando na penteadeira quando ouvi o barulho da porta abrindo.

Mai: só cinco minutos, Paulinha, já estamos indo ― digo concentrada em tirar os brincos ― 

― eu não sou a Paulinha

Mai: ― me viro ― você?

― sentiu saudades?

Mai: sendo bem sincera, eu tinha esquecido da sua existência. ― guardo os brincos ― o mundo não gira em torno de você, Fernando.

Fer: não se faz de difícil, eu sei que você me quer de volta ― acaricia meu rosto ―

Mai: patético... ― tiro sua mão de mim com uma cara de desprezo ― eu não vou voltar com você só por que precisa de uma mulher pra satisfazer seu ego e suas vontades, eu me amo demais pra isso.

Fer: você não era assim, Maiarinha...

Mai: as pessoas mudam, Zor ― me afasto e sento no sofá ― eu finalmente percebi o tipo de homem bosta que você é. E além do mais, eu tenho coisas mais importantes pra me preocupar invés de ficar perdendo meu tempo sofrendo por quem não merece a mulher foda que eu sou. Enfim, se não tiver mais nada pra falar, sabe o caminho da porta.

Fer: não se faça de difícil! ― ele pula em cima de mim e me beija à força ―

Mai: idiota! ― o empurro com as duas mãos ―

ouço o som de algo caindo no chão e vejo a Maraisa parada na porta do banheiro, com lágrimas nos olhos. Antes que eu fale algo, ela sai correndo com a mochila nas costas.

Mai: tá vendo o que você fez?! ― saio correndo na mesma hora que a Paulinha entra pra pegar nossas coisas ―

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Maraisa

sai daquele camarim tentando ao máximo me controlar pra não ter uma crise. O Bruno me levou pro carro e viemos pro hotel, onde estou chorando na cama, com uma das mãos na barriga. Não consigo acreditar que mesmo vendo a minha vida virando de cabeça pra baixo, a Maiara ainda teve coragem de voltar com aquele bosta.

Mara: me desculpa por isso, viu? Eu sei que você sente o que sinto... ― acaricio meu ventre ―

ouço a porta abrir e ignoro, sabendo de quem se trata.

Mai: metade...

Mara: não precisa se explicar, eu vi tudo.

Mai: irmã, não é nada disso... ― suspiro ― ele me beijou à força por que não gostou de ouvir que eu não quero mais nada com ele.

Mara:  ― olho pra ela ― hã?

Mai: você é minha prioridade, ok? E além do mais, ele foi um erro e eu não vou insistir mais. O passado fica pra trás.

Mara: então...você me desculpa?

Mai: ― cruza os braços e sorri ― eu preciso mesmo responder?

Mara: boba ― seco as lágrimas ― esses hormônios vão me fazer ficar mais chorona que você, é melhor vir aqui e me abraçar logo

Mai: como tá emotiva a minha gravidinha...

Ela me abraça e se abaixa, ficando na altura da minha barriga.

Mai: e você, pacotinho, vai ter que se acostumar viu? Suas mães são as mais choronas do Brasil ― beija minha barriga ―

Mara: pacotinho?

Mai: é um apelido carinhoso, nosso pacotinho...

Ela sorri pra mim e volta a conversar com o bebê, arrancando algumas lágrimas minhas e um sorriso bobo.



Only Human ● Carla MaraisaOnde histórias criam vida. Descubra agora