Capítulo 8

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Maiara

depois de me contar aquilo, minha irmã teve outra crise, eu dei um remédio pra ela se acalmar e fomos dormir.

acordei com o sol batendo bem no meu rosto e depois  de fazer minhas higienes matinais, decidi acordar a Maraisa, ela tem terapia agora de manhã e não pode se atrasar.

Mai: metade, já é hora de levantar...vamos... ― chamo, distribuo beijinhos e não obtenho resposta ― meu amor...

ponho a mão na testa dela e a sinto bem quente. O lençol abaixo dela tá encharcado de suor, assim como seu corpo. Tentando não chorar, pego o celular e disco o número da nossa mãe. Começo a caminhar de um lado pro outro com o coração na mão, sem tirar os olhos da Maraisa.

ligação on

Alm: oi filha, o que aconteceu? Por que tá me ligando assim tão cedo?

Mai: mãe, a Maraisa tá queimando em febre! Ela tá encharcada de suor e não quer acordar, o que eu faço? ― digo já chorando ―

Alm: calma meu amor, dá um banho nela com água bem gelada, ok? A mamãe tá chegando aí com o seu pai, se a temperatura não abaixar, a gente leva sua irmã pro hospital.

Mai: tá bom, mãe, vem rápido!

ligação off

corro pro banheiro e encho a banheira com água gelada. Volto pro quarto, tiro o pijama da Maraisa, pego ela no colo, volto pro banheiro, tiro meu pijama e entro na água junto com ela. Assustada com a mudança de temperatura, ela se mexeu e abriu os olhos, me encarando.

Mara: gelado...

Mai: você tá com febre, minha vida, a água assim é só pra abaixar a sua temperatura... ― tiro de seu rosto algumas mechas de cabelo ―

Mara: Maiara...

Mai: sh...eu tô aqui...tô aqui...

depois de alguns minutos, tiro ela dá água, voltamos pro quarto e eu deixo ela cama, apenas com a roupa de baixo e uma camisola bem leve. Minha mãe chegou e colo tem as chaves da casa, já foi entrando, eu estava tão concentrada fazendo carinho na minha irmã que não a vi entrar no quarto.

Alm: como ela tá?

Mai: eu acho que a febre baixou um pouquinho... ― mamãe põe um termômetro nela ― acha que a minha irmã tá ficando doente?

Alm: eu não sei, filha, pode ser emocional, você tinha muito quando era criança.

Mai: seja o que for, só quero que ela fique bem... ― volto a chorar ―

Alm: ela é forte, e com você cuidando dela, não vai ser uma febre que vai derrubá-la.

Mai: como você sabe?

Alm: as mães sempre sabem, meu amor ― tira o termômetro ― ainda está um pouquinho alta...

Mai: eu vou me trocar e pegar os documentos... ― seco as lágrimas ― no caminho eu como alguma coisa e...

Alm: nada disso, Maiara Carla! Deixa que eu cuido da sua irmã, você vai tomar um café da manhã primeiro e depois pensa nisso.

Mai: mas mãe...

Alm: ― pega a Maraisa no colo ― você precisa estar bem pra cuidar dela, filha... ― olha pra mim ―

Mara: mãe... ― se mexe ―

Alm: sh...mamãe vai cuidar de você enquanto a sua irmã come, ok? daqui a pouco você vê ela de novo

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Comi uma fruta, me troquei e fui pro hospital de carona com o rabinha. Chegamos naquele lugar enorme e logo o papai veio em nossa direção com alguns papéis nas mãos.

Mai: oi pai, como ela tá?

Marco: o médico disse que a febre é emocional, alguma coisa abalou  as emoções dela e o corpo respondeu assim. Ele internou ela e aplicou algum tipo de medicação, mas ainda não disse se ela melhorou.

Mai: e cadê esse médico?

Cesar F: calma, irmã. Ele deve tá cuidando da Maraisa, só isso...

Sentamos na sala de espera, os três. Mamãe foi conversar com a moça da recepção quando o médico finalmente aparece.

Med: parentes da paciente Carla Maraisa?

Mai: nós! Como a minha irmã tá? Ela melhorou?

Med: como já sabem, a febre é de causa emocional, nós aplicamos a medicação e felizmente ela respondeu bem, já está consciente e comeu as frutas que as enfermeiras levaram.

Mai: então nós podemos vê-la?

Med: claro! O quarto é o 312, ela vai ter que ficar aqui até o meio dia, pra termos certeza de que a febre não vai voltar.

Ele nos acompanhou até o quarto e pediu um minutinho comigo antes de me deixar entrar. Nos afastamos um pouco da porta, ele voltou a olhara prancheta e eu já comecei a sentir um frio na barriga, com medo do que se trataria essa conversa.

Mai: o que quer falar comigo?

Med: é sobre os exames de sangue da sua irmã, os resultados preocuparam um pouco a equipe médica...

Mai: por que?

Med: o hemograma mostrou que os níveis de Beta-hCG estão bem elevados, nós refizemos o exame pra ter certeza, mas o resultado foi o mesmo.

Mai: a minha irmã tá gravida? Por favor, não me diz que eu tô certa...

Med: sinto contrariá-la, mas você está certa.










Only Human ● Carla MaraisaOnde histórias criam vida. Descubra agora