Prólogo

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Assuero Brandão

- Sério que é essa a desculpa que vai me dar?! - disparei irritado. - Para esse lixo de relatório que fez?

- Senhor...

- Não quero ouvir mais suas desculpas! Saia agora!

O homem simplesmente abaixou a cabeça e saiu de meu escritório, sabia que não era uma boa ideia discutir comigo. Estava cercado de pessoas incompetentes!

- Demitiu mais um?

Rafael entrou sem ser anunciado e só fazia isso, pois era o meu melhor amigo e sócio.

- O imbecil não soube fazer um simples relatório. Lhe dei duas semanas e mesmo assim não conseguiu me entregar. - contei para ele. - Deve ter mentido para poder ser contratado.

Na região sou conhecido por ser um empregador rígido, mas todos querem trabalhar para mim, pago muito bem para meus funcionários.

- Por isso não gosto de tratar de contratação de funcionários, deixo isso a cargo do departamento de recursos humanos do escritório.

Ao contrário de Rafael, nenhum funcionário é contrato sem que saiba. Gosto de manter o controle sobre tudo que é meu. E por essa razão sou muito bem sucedido no que faço.

Desde que herdei as fazendas de meu falecido pai, consegui ampliar meu negócios além das fronteiras brasileiras e mantenho parcerias de sucesso com vários países.

- E por essa razão é que estou a sua frente nos negócios. - disparei para ele.

Rafael não se importava com meu humor ácido, estava acostumado com meu jeito direto.

- Não seja tão esnobe Assuero.

- O que veio fazer aqui?

- Vim lhe trazer alguns documentos.

Jogou uma pasta sobre minha mesa e sabia que estava esperando que abrisse.

- E sobre o que é isso?

- Leia.

Abri o envelope e fiz uma leitura rápida.

- Aquele velho nunca vai vender essas terras. - digo para ele. - Mesmo que esteja endividado, qualquer banco lhe daria dinheiro como aquelas terras de garantia.

Meu amigo luta há anos para comprar um pedaço de terra que fica do lado de sua fazenda, mas o dono é um velho teimoso que se recusa a ouvir qualquer tipo de proposta. Sabia que queria ouvir de minha parte que tinha meu apoio para isso, mas não tenho a menor intenção de fazer isso. 

- Quem sabe...

- Não mesmo, não tenho a menor intenção de te ajudar nisso. - digo o interrompendo.

Ele foi embora um tempo depois e voltei minha atenção para meus relatórios. Em poucos dias iniciaria a colheita de grãos e gostava de estar com tudo em ordem. Meu celular tocou e era Kika. Pensei em não atender, mas precisava dela para me acompanhar em um evento.

- Diga.

- Detesto quando me atende desse jeito. - reclamou ela. - Deveria ser um pouco mais carinhoso comigo.

Kika achava que tínhamos algo além que apenas sexo, por mais que tenha deixado claro que não temos nada. Não quero me prender a ninguém pelos próximos anos. Sou jovem para pensar em me casar. E quando isso acontecer, ela não vai ser a escolhida. Grudenta demais para o meu gosto.

- Diga logo o que quer, estou muito ocupado. - disparei de forma seca.

- Estou com saudades, pensei que poderia ir até sua casa e...

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora