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Sem revisão

Assuero

Não houve meios de convencer Brenda a contar para todos que Silva era seu irmão e assim acabar com toda aquela fofoca. 

Hoje vou precisar ir até a cidade e sei que vou receber diversos olhares, estou preparado para isso, pois sei a verdade, mas ser taxado de corno não é algo que um homem goste, mesmo sabendo da verdade.

Ao chegar na loja o gerente veio me atender e percebi alguns olhares. Viver nessa cidade era complicado demais.

- O que posso fazer por você? - perguntou ele solícito.

Precisava de alguns suprimentos para minha fazenda e lhe entreguei a lista. Ele chamou outro vendedor para o ajudar e fiquei ali esperando.

- Asssuero, como está?

- Estou muito bem.

Um velho conhecido do meu pai me encarava em misto de curiosidade e pena. E claro que aquilo me irritou profundamente.

- A cidade toda está comentando sobre...

- Estou bem ciente do que a cidade está comentando! - disparei o interrompendo. - Não vai ser uma fofoca que vai me separar de Brenda. Confio plenamente nela e estamos muito bem. Agora vá e espalhe isso para toda a cidade também!

O velho ficou todo vermelho, pediu licença e se afastou. Alguns funcionários e clientes que estavam por perto, presenciaram toda aquela cena e sabia que logo isso se espalharia como fogo por toda a cidade.

Ignorei todos e foquei minha atenção para meu celular. Um tempo depois me entregaram o que pedi e deixei a loja. Passei por mais alguns lugares e a mesma situação se repetiu, os olhares e as tentavivas de saber sobre meu relacionamento continuava com Brenda.

- Assuero!

Me virei para me deparar com Kika praticamente correndo em minha direção. Não estava com paciência para ouví-la. Respirei fundo e parei perto do meu carro.

- O que quer Kika? - indaguei sem paciência. - Estou com pressa.

- Não seja assim. - reclamou magoada. - Só quero saber como está. Com toda essa fofoca rolando na cidade.

- Estou muito bem.

- Você terminou com ela? - indagou de um jeito estranho.

- Não.

- Assuero! Ela te traiu e toda cidade viu! - disparou ela. - Vai aceitar isso?!

Respirei fundo diversas vezes enquanto ela falava sem parar.

- Você é o rei do agro, conhecido por todo mundo, não pode aceitar esse tipo de coisa! Brenda é uma vadia e deveria se livrar dela! - continuou ela.

- Não ouse ofender Brenda!

- Ainda está defendendo aquela mulher?! - disparou ela incrédula. - Isso só pode ser efeito de algum tipo de macumba...

Kika era tão rídicula que a observando falar desse jeito, me pergunto como tive paciência e coragem de me envolver com ela por tanto tempo.

- Não quero saber sua opinião sobre minha vida!

Com isso a deixei para me olhando com incredulidade e saí. Meu humor estava péssimo quando cheguei na fazenda e saber que um funcionário havia se machucado não ajudou em nada. O incompetente não estava usando os equipamentos de proteção.

- Quantas vezes vou precisar repetir que ninguém pode ficar sem os equipamentos de proteção?! - disparei irritado. 

- Senhor...

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora