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Sem revisão

Assuero

Três dias depois...

Tinha feito uma pequena pesquisa sobre a tal Brenda e não escutei nada que não fosse apenas elogios ao seu trabalho. Era realmente muito boa com animais.

- Todo animal que adquiro para minha propriedade, sempre a chamo para amansar e desde então não tenho tido problemas. - me disse um deles. - Dino tem sorte de ter uma filha como ela.

Somente assenti e me afastei do pequeno grupo que conversava em frente a uma loja. Tinha vindo na cidade para comprar algumas coisas que estava precisando. No dia seguinte iria para a capital e passaria alguns dias por lá. Foi um pedido de meu tio que estava em viagem. Sou muito grato por tudo que fez por mim e sempre que me pedia um favor, atendia prontamente.

Ao contrário de mim, meu tio não gosta da vida no campo. Sempre foi um homem urbano e quando se casou com Soraia, foram raras as vezes que veio me visitar.

Estava entrando no carro quando vi aquela mulher passar de forma apressada em direção ao hospital da cidade. Não sou uma pessoa curiosa, mas aquilo me chamou a atenção. Estaria doente? Ou estava indo visitar alguém?

Meu celular tocou e olhei o visor para saber sobre quem se tratava.

- Diga.

Escutei com atenção o que meu funcionário estava dizendo e fui ficando cada vez mais irritado. Meu cavalo havia escapado e ninguém conseguia pegá-lo.

- Estou voltando para a fazenda!

Era só o que me faltava! Manobrei o carro e ao passar em frente do hospital vi a mulher conversando com uma senhora. Em um ato impulsivo, parei o carro e desci. Foi a senhora que percebeu minha presença primeiro. Com um toque nada discreto chamou a atenção da outra. Que não conseguiu disfarçar sua surpresa ao me reconhecer.

- Podemos conversar? - indaguei direto.

- Mal educado. - resmungou a senhora. - Nem ao menos nos cumprimentou.

- Eu te disse. - disparou Brenda para a senhora.

Agora entendia de onde Brenda tinha seu gênio difícil. 

- Podemos ou não?

A senhora balançou a cabeça em desaprovação e se afastou nos deixando sozinhos.

- Boa tarde para você também. 

Respirei fundo para diminuir minha irritação e a encarei.

- O que quer?

- Me cavalo escapou e ninguém consegue pegá-lo.

Arqueeou a sobrancelhas e não disse nada.

- O que tenho com isso? 

- Preciso de sua ajuda.

Dizer aquilo foi muito complicado para mim e aquele sorriso de satisfação em seu rosto não ajudou em nada.

- Então agora precisa de minha ajuda? Pensei que não fosse qualificada para trabalhar com você.

- Escute...

- Quero o triplo do que Nelson me ofereceu. - disse me interrompendo. - E quero pagamento adiantado.

- Tudo bem.

- Vou conversar com minha tia e já volto.

Observei o balanço de seus quadris e depois conversar com sua tia por um tempo. Detestava esperar as pessoas.

- Podemos ir agora.

- Vamos em meu carro...

- Não mesmo, vou com meu próprio carro.

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora