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Sem revisão

Brenda

Me levantei cedo no dia seguinte organizei o gado para que Rafael e seus peões pudessem levar. No final da tarde mais alguns animais seriam levados e aos poucos tudo pelo que lutamos anos para ter estava indo embora sem que pudesse fazer nada.

Tia Nena tinha entrado no quarto de meu pai e separou tudo que levaria para doação na igreja e outras coisas que jogaria fora. Sair do sítio nos obrigou a mexer em algo que ainda não estávamos prontas para fazer.

- O padre ficou passar daqui a pouco para levar as coisas para doação. Vou deixar tudo aqui na área e assim vai ficar mais fácil para ele. - disse minha tia durante o café da manhã.

- Podemos começar levar algumas coisas para casa na cidade. - sugeri para ela. - Assim vamos nos mudando aos poucos e sem pressa.

- Já comecei a empacotar o que não usamos.

- A noite podemos levar tudo para lá.

Escutei um barulho de carro e saí para recebê-los. 

- Bom dia. - digo para Rafael

Outro carro estacionou e meu coração bateu mais forte ao ver que era Assuero.

- Espero que não se importe, mas Assuero pediu para vir junto. - disse Rafael.

- Não, não tem problema. - digo de forma apressada.

Miinha tia chamou a todos para comer, ficando apenas Assuero do meu lado.

- Eu...

- Eu...

Nós começamos a falar ao mesmo tempo e paramos.

- Você primeiro. - disse ele.

- Não esperava que viesse aqui tão cedo.

- Fiquei sabendo do que está acontecendo e vim perguntar se está precisando de alguma coisa. - disse ele sério. - Não liguei antes, pois queria te dar espaço...

- Tudo bem, não estou chateada por não ter me ligado. Minha cabeça tem andando cheia e não tive tempo de pensar em nada. - digo o interrompendo.

Assuero não tinha nenhuma obrigação de me ligar, foi apenas sexo e nada mais.

- Existe algo que possa fazer para te ajudar? - insistiu ele na pergunta.

- Não, está tudo sob controle na medida do possível.

- E quanto ao banco? Posso pagar...

- Não, nem ao menos tente fazer isso. - disparei o interrompendo. - Posso me virar sozinha sem a ajuda de ninguém.

Antes que ele pudesse dizer algo, minha tia o chamou para comer e o observei se afastar de mim. Não era minha intenção ser grossa, mas me recusava a aceitar ajuda dele, ainda mais sendo dinheiro. Não quero misturar as coisas entre nós.

Um tempo depois Rafael chamou seus homens para começar a embarcar os animais. Assuero ficou do meu lado e sua proximidade não estava me deixando prestar atenção em nada.

- O que foi? - perguntei ao perceber que não parava de me olhar.

- Nada.

Seus olhos diziam outra coisa, mas como existam pessoas próximas de nós, preferi ficar em silêncio.

- Acabamos. - anunciou Rafael. - Já podemos ir.

Assenti e o segui até o carro.

- Foi um prazer fazer negócios com você. - disse ele segurando minha mão. - Se estiver precisando de trabalho, posso te arrumar um em minha fazenda...

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora