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Sem revisão

Brenda

- Nem estou acreditando que teve tempo para sua velha amiga. - disse Gigi ao me abraçar. 

Preciso reconhecer que faz realmente um bom tempo que não conversamos. Entre meu trabalho e Assuero, quase não tenho tempo pra outras coisas.

- Você também quase não tem ficado na cidade, então a culpa não é apenas minha.

- Isso é verdade, tenho trabalhado demais por esses dias.

Gigi está crescendo cada vez mais nas mídias sociais e sei que não vai demorar muito para que precise se mudar para uma cidade maior e assim ficar mais próxima de seu trabalho. O grande problema será conseguir tirar sua mãe de Pedaço do Céu.

Ficamos conversando na área de casa. Minha tia fez um bolo de chocolate como fazia em nossa infância.

- Isso é tão gostoso!

Depois dela comer o terceiro pedaço.

- Que minha mãe não me ouça, mas não existe bolo de chocolate igual o da sua tia. - disse ela de boca cheia.

- E namoradinhos?

- Está parecendo as irmãs da igreja especulando sobre minha vida amorosa. - resmungou ela.

- Conta logo!

- Não tem ninguém, estou totalmente focada em meu trabalho.

Isso era novidade para mim, pois Gigi de nós duas sempre gostou de namorar e estar enrolada com alguém fazia parte de sua personalidade.

- Estou surpresa. - digo sincera.

- Supresa por que?

- Gigi, você é a rainha dos rolos e está me dizendo que está sozinha? É lógico que estou chocada.

- Não sou a rainha dos rolos! - protestou ela séria.

- É sim!

Ela me mostrou a língua e voltou a comer outro pedaço de bolo. Ficamos conversando até tarde e quando nos despedimos, fizemos a promessa de nos encontrar pelo menos uma vez por semana.

Um novo dia chegou e estava terminando de arrumar para sair. Ao abrir o portão dei de cara com Silva. Não o tinha visto desde a breve viagem que fez com Assuero e seu tio e estranhei sua presença tão cedo.

- Bom dia irmãzinha.

- Não gosto do seu tom debochado quando diz isso. - disparei direta. - O que quer?

- É assim que costuma tratar um parente que vem fazer uma visita cordial?

Abri minha boca para retrucar, mas Maria apareceu e se assustou ao nos ver juntos.

- Bom dia, me desculpe, achei que tivesse vindo falar comigo. - disse ela para ele.

Maria conhecia Silva? Como assim?

- Vocês se conhecem de onde? - indaguei curiosa.

- Eu...

- Maria é uma cliente. - se adiantou ele.

- Cliente do que?

- Não seja curiosa irmãzinha, pessoas curiosas não vivem muito. - disparou ele me encarando.

Retribuir seu olhar sem me amedrontar com o que disse.

- Ele é seu irmão? - indagou Maria surpresa.

- É.

- Sou o irmão perdido que reapareceu depois de anos. - disse ele com o tom debochado de sempre.

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora