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Sem revisão

Brenda

Estacionei a caminhonete e minha tia estava me esperando com a expressão fechada.

- Onde esteve?!

- Tia...

- Tia nada! Onde passou a noite?! Sabe o quanto fico preocupada quando não dá notícias! Quer me matar de preocupação?!

- Não seja dramática, mas reconheço que deveria ter ligado e avisado. 

- E então? Onde passou a noite? E nem tente mentir que estava com Gigi, pois liguei para ela ontem e me garantiu que não passou por lá.

Gigi era uma amiga da onça! Custava ter mentido para me ajudar?!

- Dormi em outro lugar.

- Com Henrique?

- Não.

Entrei em casa com ela atrás de mim. Dona Nena era a curiosidade em pessoa.

- Brenda!

- Dormi na casa de Assuero, não quis voltar com toda aquela chuva.

- E o que foi fazer lá? - perguntou um tanto nervosa.

- Jantar.

- Aquela mulher estava lá?

- Não, acho que já foram embora.

- Melhor assim. - resmungou ela.

- Agora posso ir me trocar para começar meu dia?

Fui para o meu quarto e me troquei. Aceitei a xícara de café que minha tia me ofereceu. Estava preparando uma bandeja de café da manhã para meu pai que não havia saído do quarto desde ontem.

- Seu pai não quis comer ontem. - disse com pesar. - Estou preocupada, hoje vou fazê-lo comer nem que seja a força.

Terminei de beber o café e estava saindo da cozinha quando escutei o grito de minha tia. Corri para ver o que estava acontecendo. A bandeja estava no chão e quando olhei para dentro do quarto dele, não estava preparada para a cena que vi. Meu pai estava pendurado por uma corda em cima da cama. Meu pai havia se suicidado.

Em choque demorei um tempo para tomar uma atitude. Amparei minha tia e a levei até a sala. Ela chorava desesperada e de modo automático liguei para a polícia e pedi que viessem. Gigi me ligou naquele momento e contei o que estava acontecendo. Sem coragem de voltar naquele quarto, me sentei do lado de minha tia e também chorei.

- Brenda! 

Gigi apareceu acompanhada de sua mãe e a polícia também logo apareceu.

- O que aconteceu? - me perguntou o policial. 

- Minha tia foi levar café da manhã para ele e o encontrou assim. - contei em prantos. - Não sei o que aconteceu, a razão dele ter feito isso.

Horas depois o corpo foi retirado e minha tia entrou em completo desespero. Precisou ser amparada por amigos que estavam ali.

- Brenda, vou precisar que vá até o hospital para resolver toda a papelada. - me pediu o delegado. - Sinto por sua perda.

A notícia sobre a morte de meu pai havia se espalhado e a medida pessoas iam embora outras chegavam para prestar condolências.

- Sua tia acabou dormindo com o calmante. - disse Gigi se sentando do meu lado.

- A ficha ainda não caiu sabe, não entendo a razão de ter feito isso. Talvez se tivesse prestado mais atenção...

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora