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Sem revisão

Brenda

Assuero viajou há alguns dias. Sempre me liga para perguntar como estou. Nem ao menos tento negar que estou com saudades. O rei do agro me fisgou de uma forma que nunca imaginei ser possível. 

- Brenda! Voltei para a terra! - disse Maria.

- O que foi? - perguntei distraída.

- O peão que chamou para conversar chegou.

Respirei fundo e balancei minha cabeça. Esse homem está me causando problemas desde que entrei aqui. Não cumpre minhas ordens e está o tempo todo reclamando. Não quero chegar ao extremo de precisar demití-lo e essa é a razão de o chamar aqui.

Tinha um escritório que pouco ficava e seria o ambiente ideal para esse tipo de conversa.

- Estava trabalhando, não entendo a razão de ter me chamado aqui e...

- Feche a porta e se sente. - disparei o interrompendo.

Contrariado fez o que lhe mandei. O encarei por um tempo e pela sua postura, sabia que iria ser difícil essa conversa.

- Fale logo, preciso voltar a trabalhar. - resmungou ele.

- Não sei se ao sair dessa sala vai ter um trabalho para voltar.

Isso o chamou sua atenção. Se remexeu na cadeira e cruzou os braços.

- Estou ficando cansada de mandar fazer alguma coisa e fazer o oposto apenas para me irritar. Caso não tenha percebido, sou a gerente da fazenda e todos os funcionários são subordinados a mim. - digo séria. 

- Não deveria estar nesse cargo, mulher não sabe administrar nada.

- E quem deveria estar em meu lugar? Você? Funcionário que sempre chega atrasado? Bêbado? Que vive reclamando?! - disparei o encarando. - Não me culpe por sua incompetência. Não fui a responsável por não estar o ocupando meu lugar.

- Sua vadi...

- Acho bom não terminar a frase! - brandei o interrompendo. - Se quiser manter seu emprego, de agora em diante vai fazer exatamente o que mandar. Se ouvir uma única reclamação de sua parte, vai para a rua!

- Eu me demito! 

- Ótimo, tem muita gente precisando trabalhar. Você não é insubstituível! - digo sem me abalar.

Ele saiu batendo a porta e só então voltei a me sentar. Se havia uma coisa que tinha aprendido em minha vida, é nunca abaixar a cabeça para homem nenhum! Não sou cavalo para deixar que montem em minhas costas!

- Maria, organize a rescisão do homem que acabou de sair daqui e já comece a procurar outra pessoa para ocupar seu lugar. 

- Claro.

Luna apareceu e me perguntou como tudo estava e tive que contar sobre o ocorrido.

- Fez muito bem. - disse ela. - Alguns homens são impossíveis.

Respirei aliviada por saber que estava do meu lado na postura que tomei.

- Só avise a segurança que a entrada dele está proibida na fazenda. - me pediu ela.

- Farei isso.

Luna saiu e um tempo depois fui embora. Tinha conmbinado com Gigi de sair. Segundo ela estava sendo uma amiga ruim.

- Tia, estou saindo! - gritei fechando a porta.

Gigi estava me esperando na praça da cidade. Assim como na nossa época de escola, gostávamos de sentar ali para conversar.

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora