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Sem revisão

Sabia que Brenda não iria reagir bem ao lhe contar toda a verdade, afinal, foram anos sendo enganada por mim e seu pai. Saber que sua mãe estava viva foi um verdadeiro choque.

- Você deveria ir embora Soraia.

- Quero ficar e esperar por ela.

- Brenda não vai voltar tão cedo para casa, está com raiva e magoada. - digo a encarando. - E acha mesmo que quando voltar vai querer conversar com você?

- Ela precisa me ouvir e...

- Sério? Passou anos longe e agora acha que tem direito de exigir alguma coisa?! Me poupe Soraia! Estou pedindo com educação para que saia, mas posso muito bem lhe tirar a força daqui! - disparei a interrompendo. - Tenho guardado por anos a surra que sempre desejei lhe dar.

Ela deu um passo para trás, pegou sua bolsa e saiu de forma apressada.

Não estava mentindo quando disse que gostaria muito de lhe bater, mesmo que já fosse uma mulher com idade avançada, tiraria forças do céu para bater naquela mulher.

O dia passou sem qualquer sinal de Brenda. Liguei para Gigi e pedi que tentasse falar com Brenda, mas sem sucesso. Estava começando a ficar preocupada e liguei para Assuero. Rapidamente se prontificou a procurá-la.

A noite chegou e minha preocupação estava maior. Onde estaria essa garota?! Meu celular tocou e era Assuero.

- Estou com ela.

Respirei aliviada por saber que estava bem.

- Vou levá-la para minha casa. - disse ele. 

- Só me mantenha informada.

Não forçaria minha presença agora. Brenda precisava de tempo para processar tudo que descobriu. Quando estivesse pornta voltaria para casa e estaria esperando de braços abertos.

Naquela noite não tive ânimo para nada, fui me deitar cedo, mas o sono não veio e vi o dia chegar. Me levantei e preparei um café da manhã reforçado na esperança que Brenda chegasse. Meu coração bateu mais forte ao escutar o barulho do portão. Minha sobrinha estava um tanto abatida e com olheiras profundas, fiquei ali parada esperando para ver o que faria e para minha surpresa se aproximou de mim e me abraçou.

Alívio foi o que senti com aquela demonstração de afeto, ela não me odiava apesar de tudo.

- Estou processando tudo, me dê um tempo e depois vamos conversar com mais calma. - me pediu ela.

Seguiu para o seu quarto se trocou e voltou para comer. Não dava para agir como se nada tivesse acontecido, mas também não queria que ficasse um clima pesado entre nós.

- Preparada para o primeiro dia de trabalho? 

Seu trabalho era um assunto neutro entre nós.

- Estou, hoje vou em inteirar de tudo que preciso fazer, inclusive quem vai me ajudar na parte administrativa. - me contou mais animada.

Terminamos de comer e ela saiu. Organizei a cozinha e fui lavar a roupa. Brenda não viria almoçar e não gostava de cozinhar apenas para mim. Estava fechando o portão quando me deparei com a nova vizinha. Era uma senhora baixinha que me olhou assustada.

- Olá. - digo com um sorriso.

- Olá. Estou meio perdida, será que poderia me ajudar?

- Claro.

- Gostaria de ir até o mercado.

- Se quiser pode me acompanhar, estou indo para lá.

Ela terminou de fechar o portão e saímos. Me disse seu nome e que era nova na cidade.

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora