ASSUERO BRANDÃO

17

Sem revisão

Assuero

Estava esperando qualquer explicação da parte de Soraia, mas a que nos deu me supreendeu ao ponto de ficar em choque. Ela era mãe de Brenda! O quão surreal isso era?!

- É isso, Norma ou Soraia como se chama agora, é a mãe de Brenda. - finalizou Maria de me contar.

- Nena sabe disso?

- A reconheceu quando foram jantar aquele dia em sua casa. Foi uma benção Dino não estar lá ou poderia ter acontecido uma tragédia.

- Nem sei o que dizer.

- Essa notícia logo vai se espalhar pela cidade e Brenda vai sofrer ao descobrir tudo. Se gosta realmente dela, fique do seu lado e a apoie. - me aconselhou a senhora.

Queria ir para o meu quarto, mas para isso precisava passar pela sala e não queria atrapalhar a conversa deles. Me sentei e pedi para Maria um copo de suco para Maria. Peguei meu celular e fui responder algumas mensagens. Estava tão concentrado que não percebi a chegada de meu tio.

O homem estava abatido e com razão. Descobrir um passado tão pesado da própria esposa não deveria ser fácil.

- Tio...

- Não precisa dizer nada, estou tão chocado quanto você. Nunca imaginei que Soraia fosse capaz de fazer algo assim.

- E o que pretende fazer?

- Me separar. Não vou ficar casado com uma mentira.

- Não quer pensar melhor?

- Não. Minha decisão já foi tomada.

Respeitaria sua decisão, mas Soraia estava em minha casa e não sabia o que fazer.

- Ela vai sair daqui. - disse ele. - Foi arrumar suas coisas e pediu que alguém a levasse até a cidade vizinha.

- Claro, vou pedir para Nelson levá-la.

- Se importa se ficar alguns dias. Quero aproveitar a tranquilidade do campo para pensar.

- Fique o tempo que precisar tio.

Saí em busca de Nelson e pedi que levasse Soraia até a cidade vizinha. Estava com o rosto bem inchado quando fui ao seu encontro. Meu tio preferiu ficar dentro de casa.

- Por favor, não conte nada para Brenda. - me pediu antes de entrar no carro. - Quero fazer isso quando me sentir pronta.

Não era um direito meu contar para Brenda e por hora manteria minha boca fechada.

- Claro.

Observei o carro seguir para a estrada e entrei. Meu tio tinha sido acomodado em um outro quarto e me disse que queria descansar o restante da tarde. Como tinha coisas para resolver saí e só voltei no ínicio da noite. 

Ele e Maria conversavam animados. Meu tio era carismático e todos os empregados gostavam dele.

- Posso participar dessa conversa?

- Assuero! - disse meu tio ao me ver. - Maria estava me contando sobre as fofocas da cidade. Para uma cidade tao pequena, as pessoas aprontam demais!

- Vou terminar o jantar.

Maria saiu e me sentei do lado dele.

- Conseguiu descansar?

- Sim, dormi a tarde toda.

Nelson tinha me avisado mais cedo que deixou Soraia em um hotel. Disse que fez algumas ligações ao longo da viagem, mas não conseguiu entender muito bem sobre o que se tratava. Queria comentar isso com meu tio, mas não acho que queira saber dela.