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Sem revisão

Brenda

A semana passou e amanhã seria sábado. Mesmo que o trabalho na fazenda fosse puxado era minha mente que estava esgotada. Não tenho dormindo muito e isso tem afetado meu humor drasticamente.

- Brenda, o gado já foi lançado no sistema. - me avisou a assistente.

Ela era nova na cidade e até o presente momento tem sido muito prestativa. É rápida para fazer as coisas e tem me ajudado bastante.

 - Ótimo. 

- Olá, tudo bem por aqui?

Luna sempre aparecia no final da tarde para saber como tudo estava. 

- Tudo, estamos encerrando por hoje. - respondi por nós duas.

- Aceitam beber comigo? Cerveja gelada e importada.

Uma cerveja gelada cairia muito bem com o calor que estava fazendo. Olhei para Maria que acenou a cabeça concordando.

Seguimos até sua casa e nos sentamos em um deck que ficava de frente para uma represa. A propriedade de Luna era muito bonita.

- Está gostando da cidade? - perguntou ela para Maria.

- Ainda não tive tempo de conhecer, mas minha mãe está apaixonada e meu irmão já fez amizade na escola. - nos contou animada.

- A festa de peão está se aproximando, essa vai ser uma boa ocasião para conhecer todos. - digo para ela. - E a festa do ano na cidade.

- Meu irmão já quer aprender a montar.

- Traga ele para cá, algum peão pode ensiná-lo. - ofereceu Luna. - Ou melhor, traga eles para passar o domingo aqui, você e sua tia também estão convidadas.

Luna vivia sozinha na fazenda. Seus pais e irmão moravam na cidade grande e raramente a visitavam. E como tinha fama de ser grossa e mal educada, não tinha muitas amizades na cidade.

- Combinado. - aceitou Maria rapidamente.

- Vou conversar com minha tia, mas creio que vai aceitar o convite.

O clima em minha casa ainda é pesado. Tenho muitas perguntas em minha mente, mas estou adiando essa conversa. E ainda existe Soraia. Ela é o assunto da cidade e por consequência eu também. Como tenho trabalhado na fazenda, não tive tempo de andar nos comércios da cidade e ser questionada por alguém. E também tem a questão de Assuero. 

Quando me achou dormindo na área da casa no sítio. Me levou para sua casa e me contou que sabia sobre Soraia. Explicou como tudo aconteceu e que não se sentiu no direito de me contar nada. Ele estava certo, não era sua obrigação me contar nada, mas isso fez me afastar. Me ligou algumas vezes e não atendi.

A única pessoa que conversei abertamente sobre o assunto foi Gigi. Como minha melhor amiga, precisava desabafar com alguém e coube a ela me ouvir.

- Ótimo, vou organizar um churrasco para nós. - disse Luna animada.

Ficamos conversando mais um tempo e nos despedimos. Maria morava do lado de minha casa e não fazia sentido vir com dois carros, então sempre lhe dava carona. Ao estacionar o carro, minha tia e sua mãe estavam sentadas na frente de casa conversando com mais duas mulheres.

- Meninas, venham tomar um café conosco. - convidou minha tia.

Recusei o convite e fui tomar um banho. Meu celular tinham várias ligações e entre elas a de Assuero. Respirei fundo e retornei a ligação.

- Que bom que me atendeu. - disse ele. - Pensei que estivesse me evitando.

- Estava.

- Brenda...

ASSUERO BRANDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora