Pela manhã, a jovem Hayakawa saiu de seu quarto e foi em direção ao banheiro, sem nem se preocupar em ver se tinha mais alguém na casa. O silêncio reinava, como numa madrugada escura. Ao sair, caminhou pela casa procurando alguém, o lugar parecia estar completamente vazio.
Foi em direção ao quarto de Aki e abriu a porta, calmamente. Nada. A cama estava arrumada, sem sinal dele. Ela se sentiu abandonada, saíram sem nem avisar. Foi até a próxima porta, que, por sinal, ela não fazia ideia de quem poderia estar naquele cômodo, mas isso não importava.
- Eita, foi mal. - Fechou rapidamente a porta. Para sua sorte, ou azar, tinha alguém naquele quarto. Denji estava se trocando e quase caiu assustado, quando a porta abriu do nada.
- Dessa vez, eu que deixei destrancada, então acho que estamos quites. - Ele falou normalmente, alguns minutos depois, saindo do quarto.
- O Aki já saiu?
- Você não consegue desgrudar do seu irmãozinho nem por um segundo?
- Aquele maldito prometeu que me ajudaria a fazer pacto com um demônio forte. - Reclamou, indo até a cozinha. Denji a seguiu.
- Você também trabalha na segurança pública? - Questionou ao sentar-se à mesa. Aika estava vasculhando os armários em busca de comida.
- Tô tentando, mas tá difícil.
- Olha, não briga com o Hayakawa, ele saiu cedo porque chamaram ele pra fazer sei lá o quê, parece que era importante. Ele me deixou cuidando de você, não que você precise.
- Entendi. Mas ele devia ter me avisado.
- Você é rancorosa, ein?
- Ele me prometeu, só estou cobrando. - Pegou uma embalagem com pães de forma e colocou na mesa. - Vai comer o quê?
- Pão com geleia! - Falou, animadamente.
- Tá. - Imediatamente, Denji saiu vasculhando a cozinha, pegando geleia e diversas coisas que ele encontrou, fazendo a garota questionar como ele comeria tudo aquilo de uma única vez.
- Vou te mostrar a minha obra prima. - Começou a misturar geleias num pão.
- Você tem um gosto peculiar... Quer café?
- Sim.
Ela preparou café o suficiente para os dois e sentou-se. A mesa estava uma bagunça, onde Denji estava fazendo sua "obra prima", parecia uma cena de crime.
- Se não limpar isso depois, o Aki vai esfregar sua cara na mesa. - Comentou.
- Vou limpar. - Resmungou. - Toma. - Entregou sua obra prima para Aika, ela aceitou receosa sobre quantos órgãos morreriam quando comesse aquela gororoba.
- O que você colocou aqui?
- Geleia de morango, e outras que não sei, não consigo ler os rótulos. Ah, e pasta de amendoim, eu acho, sei lá o que é isso. - Começou a fazer o mesmo em outra fatia do pão de forma.
- Tô com medo de comer isso e morrer. - Brincou.
- Não vai morrer, eu já comi e tô vivinho. E é muito bom! Não subestime minhas habilidades!
- Se isso me intoxicar, você paga a conta do hospital. - Começou a comer enquanto Denji a olhava com expectativa.
- E aí? Se quiser, eu faço outro.
- Essa sua bondade é esquisita...
- Você fez café pra mim, e também é uma ótima companhia, quero retribuir. - Aika sentiu que quase corou ao ouvir aquilo, sentiu-se estranha, seus sentimentos pareceram explodir naquele momento.
- Até que é bom, mas é muito melecado.
- Se não se sujar não tem graça. - Começou a comer o que havia terminado. Ela riu. - Que café forte! Vou passar o resto da vida acordado.
- Não é minha culpa, o Aki só compra café assim. - Deu de ombros. - Depois você acostuma. - Completou.
- Minha garganta vai se matar.
- Pelo menos equilibra com esse seu pão diabético.
- Não é diabético!
- Tem razão, tá mais pra problema cardiovascular e todos os outros que o corpo humano consegue ter.
- Já que é assim, então me dá. - Esticou o braço para pegar o pão na mão da garota.
- Não? Você me deu, agora ele é meu. Não pode pegar de volta!
- Claro que posso, você só reclamou dele. - Tentou pegar mas ela se esquivou. - Devolve!
- Não. - Sem mais palavras, Denji levantou e parou ao lado de Aika que apenas observava.
- Que foi? - Fingiu não entender a situação.
- Meu pão, devolve.
- Eu já disse que ele é meu agora, sai.
- Você só fala mal dele. - Tentou pegar várias vezes, e fracassou.
- Vai comer o seu, esse é meu.
- Só se admitir que gostou.
- Você tá muito convencido pra um cachorrinho. - Levou as mãos até o torso dele e arrumou os botões de sua camisa. - Não consegue nem abotoar a camisa direito, quem pensa que é?
- Não fala mal do meu pão! - Voltou ao seu lugar.
Após comerem, Aika fez Denji limpar o lixão que ele fez na mesa e secar a louça que ela lavou. Ele estava feliz por ter uma companhia, começou a se iludir com histórias que sua mente lhe contava.
- Ei. Quem é o mais velho, você ou o Hayakawa? - O loiro questionou, aleatoriamente.
- Eu.
- Caramba! Eu não sabia que você era tão velha. - "Acho que gosto de mulheres mais velhas", pensou.
- Não sou tão velha! Virjão! - Reclamou.
- Quantos anos você tem?
- Tá querendo saber demais.
- Velha.
- Virjão. Você não vai trabalhar, não?!
- Não. O Hayakawa me pediu pra ficar aqui até ele voltar.
- Que inferno, vou ter que aturar esse virjão até quando?! - Falou como se Denji não estivesse ali.
- Ontem você até me abraçou, e agora tá me chamando de virjão. - Cruzou os braços.
- O sono mexe com a mente.
- Então acho que vou começar a entrar no seu quarto durante a madrugada.
- Obrigada por avisar, vou manter a porta bem trancada.
- Assim não vale!
- É tão virgem que não sabe nem ganhar uma discussão. - Riu.
- Tô cansado, vou pro sofá.
- Ué? Passou a madrugada toda olhando revista estranha e não dormiu? - Zombou.
- Já disse, tive um pesadelo.
- Você tá bem? - Aproximou-se repentinamente.
- Tô sim, só preciso dormir um pouco. - Desviou o olhar.
- Então tá. Acho que vou arrumar minhas coisas, vou tentar não fazer barulho, vê se descansa pra não ficar reclamando. - Foi até o seu quarto.
Denji deitou-se no sofá, ele encarava o teto pensando na gentileza da garota. Sentiu que ela era diferente de Makima em algo, mas ainda não entendia bem o motivo. Ele não conseguia esconder o sorriso bobo em seu rosto, deixou-se levar pelos pensamentos e logo adormeceu, não teve mais pesadelos.
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𝐴𝑀𝐼𝑍𝐴𝐷𝐸 𝐶𝑂𝐿𝑂𝑅𝐼𝐷𝐴 - Denji ✓
Fanfiction⇢ デンジ 🍞 ᴀɪᴋᴀ ᴛᴇᴍ ϙᴜᴇ ʟɪᴅᴀʀ ᴄᴏᴍ sᴇᴜs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs sᴇᴍ ᴄʀɪᴀʀ ɴᴇɴʜᴜᴍᴀ ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴄ̧ᴀ, ᴊᴀ́ ϙᴜᴇ ᴅᴇɴᴊɪ ᴇsᴛᴀ́ ᴄᴏɴғᴜsᴏ ᴇ ɴᴀ̃ᴏ sᴀʙᴇ ᴏ ϙᴜᴇ sᴇɴᴛᴇ. ᴍᴀs ɪssᴏ ɴᴀ̃ᴏ sɪɢɴɪғɪᴄᴀ ϙᴜᴇ ᴘʀᴇᴄɪsᴀᴍ ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀʀ sᴇɴᴅᴏ ᴀᴘᴇɴᴀs ᴀᴍɪɢᴏs ᴄᴏᴍᴜɴs... ❝𝔈𝔵𝔦𝔰𝔱𝔢 𝔲𝔪𝔞 𝔠𝔢𝔯𝔱𝔞 𝔡𝔢𝔰...