VII

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Aika entrelaçou seus braços ao redor do pescoço de Denji, que ficou surpreso e sem reação. Instintivamente, abraçou-a pela cintura, com força, aproximando-os ligeiramente. Ela ficou meio desconcertada ao sentir aquelas mãos firmes.

- Eu acho que torci o tornozelo. - Explicou, baixinho.

- Do nada? Caramba. - Olhou para o local que aparentava estar inchado.

- Eu tava testando a roupa.

- Testando, como? - Ficou incrédulo por alguém torcer o pé assim.

- Testando! - Irritou-se, o que resultou numa quase queda, ela cambaleou, mas conseguiu manter-se em pé graças ao apoio.

- Tá bom.

- Acho que consigo colocar de volta no lugar.

- Tá maluca? E se lascar o resto?

- Já fiz isso outras vezes, idiota. Me ajuda.

- Esse lugar é muito apertado. - Reclamou.

- É claro, é feito para uma pessoa usar de cada vez.

- Quer que eu te ajude como? Não sei nada dessas coisas, não.

- Eu te chamei pra servir de apoio, achei que ia cair.

- É sempre assim, só sirvo de apoio, de burro de carga, de... - Foi interrompido.

- Se me ajudar, eu fico te devendo algo.

- Tá bom. - Concordou imediatamente.

- Preciso me apoiar em algum lugar para conseguir arrumar isso. - Olhou para o local que estava levemente arroxeado.

- Tem um banco aqui.

- Senta aí.

- Quê? Mas você que vai...

- Senta aí.

- Tá! - Fez o que ela pediu. Aika sentou no colo do garoto que estremeceu. O coração dele parecia que ia sair pela boca.

- Isso dói, então me segura como antes.

- Assim? - Abraçou-a pela cintura, com um certo receio.

- Desse jeito eu vou cair, tá sem forças?

- Eu só tava tentando ser educado. - Reclamou.

- Guarde a educação para quando for cobrar o que te devo. - Ela parecia suar devido ao esforço para esconder a dor que sentia.

- É melhor terminar isso logo, tá ficando mais roxo.

- Eu sei. - Suspirou. - É que já faz tempo que fiz esse tipo de coisa.

- Quanto tempo, exatamente?

- Quando eu e o Aki éramos mais novos estávamos brincando de médico porque ele torceu o tornozelo, consegui arrumar. Ele chorou pra caramba, mais deu certo.

- Coitado... - Sussurrou.

- Ei, Denji. Aperta com força, se me deixar cair eu te mato. - Uma funcionária que passava por ali se surpreendeu com o que ouviu, ela pensou em intervir, mas tinha medo de ver o que não deve.

- Que chato. Depois não reclama se eu apertar demais. - A mulher foi embora rapidamente, envergonhada. 

Denji abraçou com força a cintura de Aika, dando-lhe segurança para continuar. Ela posicionou-se de uma forma que conseguisse colocar o tornozelo no lugar e respirou fundo antes de fazer isso.

- É melhor eu dar um jeito de abafar isso. - Empurrou seu rosto contra o peito de Denji, antes de mover as mãos, fazendo o que devia ser feito.

Doeu pra caramba, ela quase teve que morder seus lábios para segurar a dor, mas tudo saiu bem. A funcionária, que não estava muito longe dali, jurava ter ouvido outro barulho estranho.

𝐴𝑀𝐼𝑍𝐴𝐷𝐸 𝐶𝑂𝐿𝑂𝑅𝐼𝐷𝐴 - Denji ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora