XXVII

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Um policial aproximou-se, queria pegar o depoimento deles após o ocorrido. Aika insistiu explicando que Denji estava muito mal e conseguiu livrar-se temporariamente da situação. Foram o mais rápido que conseguiram para casa, Aki afirmou que deviam ir à empresa dar um depoimento decente, então todos foram juntos.

- Esperem aqui, e tratem de não causar confusão. - Falou antes de deixá-los numa espécie de corredor de espera.

- Que raiva, não deu tempo nem de trocar de roupa... - Aika reclamava vendo sua roupa suja com o sangue de Denji.

- Foi mal.

- Tem certeza que está bem? Aqui deve ter mais sangue, né?

- Tô bem. Só irritado mesmo, perdi meu encontro.

- Veja pelo lado bom, já que está bem, logo podemos remarcar esse encontro.

- Não muda o fato de que perdi o primeiro.

- Ficar reclamando não vai mudar o passado, e eu já disse, vamos remarcar. - Cutucou a bochecha dele até que ele mudou a expressão e sorriu.

- Tá, tá. Mas o que vamos fazer?

- Não sei, tem alguma ideia?

- Um lugar calmo, por favor. Assim nenhum demônio incomoda...

- Sério, - Riu. - vai ficar relembrando isso até quando?

- Sei lá, tô irritado.

- Eu nem tinha percebido...

- Pra completar, não posso nem te beijar.

- Não mesmo, vai que eu sinta o gosto daquele demônio, eca...

- Posso te abraçar? Você já tá suja mesmo, né?

- Pode.

- Só assim a espera fica menos chata. - Abraçou-a, deitando em seu ombro. - Odeio dar depoimento, normalmente o Aki que faz isso.

- É só falar o que aconteceu, não deve ser tão difícil. - Tentava manter-se sã, sentindo a respiração dele em seu pescoço.

- Tem razão. Essa situação toda me deixou cansado, tô precisando dormir por um bom tempo.

- Deve ter sido a anemia que apareceu e sumiu rapidamente, porque a luta nem foi grande coisa.

- Eu me esforcei!

- Eu sei disso, não precisa ficar irritado. Só tô dizendo que não era um demônio exatamente difícil de lidar, só era feioso, quantos braços aquela coisa tinha, ein?

- Nem deu tempo de contar. E era feio mesmo, credo, não que demônios sejam bonitos... Ah, sei lá.

- Você é.

- Quê?

- Você é muito bonito, pra um meio demônio.

- Acha mesmo? - Olhou nos olhos dela, empolgado.

- Claro, você é bonito pra caramba, até quando tá todo fudido e sujo.

- Acho que entendi o que você quis dizer com o negócio dos elogios espontâneos. Me pegou de surpresa, meu coração tá acelerado pra caramba.

- Trate de se acalmar, você ainda precisa dar um depoimento. - Beijou a bochecha dele. - E eu não falei nada sobre beijo na bochecha.

- Poderia fazer isso de novo? - Aquele olhar penetrante dele estava deixando-a envergonhada.

- Sim.

Dessa vez, o beijo foi mais demorado. Denji fechou os olhos aproveitando aqueles lábios macios que acariciavam sua bochecha, desejando que aquele momento não acabasse. Aika afastou-se ao ouvir passos, alguém estava se aproximando. Makima.

𝐴𝑀𝐼𝑍𝐴𝐷𝐸 𝐶𝑂𝐿𝑂𝑅𝐼𝐷𝐴 - Denji ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora