Capítulo V

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Engoliu em seco sem saber exatamente como reagir, não era como se tivesse acabado de encontrar uma profissão direita ou recebido a oportunidade de sua vida, porém com certeza sua trajetória seria outra daquele momento em diante, droga Sakura, no que se meteu dessa vez? Era o que a sua própria voz interior lhe dizia, até que voltou a prestar atenção na fala do comandante:

— Não se engane, terá tratamento igual a qualquer membro da tripulação, na hierarquia se encontra no mesmo nível dos criados, então a maior parte do bando está acima e pode lhe conceder tarefas.

Seria uma criada então. Bem, de qualquer forma, Sakura era acostumada com o trabalho pesado, o que queria descobrir era onde poderia encontrar Madara Uchiha.

— Usará a área comum como o resto, exceto desta vez. Juugo, acredito que temos peças femininas em um daqueles baús do último saque, ceda a cozinha por um momento.

— Certo, venha comigo, Sakura.

Seguiu o homem que havia sido seu adversário no duelo, sem dar atenção às falas que lhe eram dirigidas ou nos olhares que a secavam, como se fosse um pedaço de carne ao sol. Em uma das extremidades, abaixo da proa, havia uma porta que dava acesso a uma pequena cozinha, onde tinham alguns mantimentos, barris de água e bebidas.

Pelo que foi capaz de entender, Juugo era o responsável pela culinária dentro daquele barco, o homem grande e forte voltou à cozinha, deixando um pesado baú no chão, ele também trouxe uma bacia e panos limpos.

— Fecharei a porta, espero que algo lhe seja útil. — o tom gentil não combinava em nada com a força de seus músculos.

— Obrigada. — era estranho ter que tratar um pirata de forma tão educada, contudo Juugo até que facilitava o processo com o aparente respeito que demonstrava, embora isso não fosse o bastante para convencer ou tranquilizar Sakura, pois para ela, todos os integrantes daquele espaço eram as piores das escórias.

Para a sua infelicidade e descontentamento, encontrou roupas de baixo, um vestido bege e um corpete de couro gasto que era usado sobre, a peça deixava seu modesto busto em evidência e quase mostrava mais do que deveria. Seria como um prato cheio para aquele bando de pervertidos.

Também tinha se limpado, embora ter se livrado do sangue de Itaroshi não a fizesse sentir menos suja, havia algo manchando o seu coração e todo o seu ser, era o ódio e a obscuridade da vingança que ainda lhe afligia.

Por um pequeno espelho que estava no baú, deslumbrou seus cabelos cor de rosa mais curtos e com a própria faca, terminou de acertar o comprimento. No passado, seu pai amou os seus cabelos, os quais ela havia herdado dele e que eram tão macios quanto os de sua mãe, tais lembranças, fizeram seu coração se apertar novamente, então buscou forças a tempo de ouvir uma leve batida na porta, era Juugo novamente.

— Parece que encontrou algo para vestir.

— Não é tão confortável quanto gostaria. — se referiu ao decote e o ruivo pareceu envergonhado quando compreendeu ao que se referia.

— Talvez encontremos algo que seja mais do seu agrado ao longo de nossa jornada.

— E para onde estão indo, afinal de contas?

— Temos um tesouro em vista, é uma missão bem importante para o capitão, pelo que Sasuke demonstrou.

— Então ele não é o capitão? Pelos boatos, sempre pensei que o líder dos Uchiha era Madara, mas todos chamam aquele rapaz, digo... Sasuke, de capitão. — decidiu puxar assunto, se Juugo fosse mesmo tão ingênuo quanto parecia ser, poderia lhe dar respostas sem que notasse e parecia que estava funcionando.

A Cerejeira dos maresOnde histórias criam vida. Descubra agora