Capítulo IX

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Encontrei você quando seu coração estava partido

Eu enchi seu copo até ele transbordar

Fui tão longe para mantê-lo perto (mantê-lo você perto)

Eu estava com medo de deixá-lo sozinho

Eu disse que te pegaria se você caísse

E se eles rissem, então fodam-se eles todos

E então eu te tirei do chão

Coloquei você de pé

Só pra você poder tirar vantagem de mim

Diga-me como é a sensação de estar lá em cima

Sentindo-se tão alto, mas longe demais para me abraçar

Without me - Halsey

A visão lhe pareceu tão formidável, que fez questão de apreciá-la por algum tempo. Sasuke não era como seus companheiros, que mal podiam avistar alguém do sexo oposto que já ficavam acesos, embora soubesse apreciar a companhia de uma boa mulher. E mesmo em suas viagens pelo oceano afora, no decorrer de toda a sua vida, nunca tinha visto uma com características tão marcantes e distintas quanto aquelas: os olhos verdes que pareciam janelas de sua alma, os cabelos róseos que contemplavam a sua pele delicada e os bem formados lábios carnudos e petulantes, já que era indiscutível que a personalidade de Sakura também estava bem à frente das outras garotas.

Ela tinha dado uma versão sobre a sua história e ele sentia que algo estava sendo escondido, porém admirava a coragem e a fibra da jovem, que não se intimidou, mesmo diante da marcação cerrada de Danzou e seus comparsas e isso o intrigava ainda mais de certa forma. Claro que Sakura ainda tinha muito o que aprender e ele dava espaço para que ela se virasse sozinha, embora tivesse dado ordens especiais para que Suigetsu e Juugo ficassem de olho nela, o contratempo no porto tinha sido um deslize de seu cozinheiro e ela tinha ferido o lábio inferior durante o roubo da insignificante quantia, porém ainda assim, teve a iniciativa e vontade suficientes para voltar ao bando.

E agora lá estava ela, desacordada e serena como um anjo, entregue ao cansaço que provavelmente a rodeava desde o dia em que pisou no navio, pois era muito assediada pelos outros e trabalhava duro em suas funções na tripulação.

Suas costas subiam e desciam lentamente e ela parecia extremamente confortável, de modo que não pensou que fosse acordá-la quando afastou uma mecha de seu cabelo que lhe caía sobre o rosto, contudo, os grandes olhos verdes se abriram atentos, provavelmente ela tinha desenvolvido um sono leve pelo perigo iminente ao qual se sujeitava diariamente no convés junto dos outros.

— Fique calma. — pediu, esperando uma reação explosiva de sua parte, apesar de ser ele quem deveria reagir, se fosse qualquer outro tripulante no lugar dela, já teria sido expulso a pontapés de sua cama. — Se eu soubesse que queria tanto desfrutar de minha cama, a teria convidado antes. — a provocou com leve tom de malícia.

Viu o rosto dela enrubescer e as sobrancelhas claras se franzindo, contudo, como se lembrasse de algo, ela apenas permaneceu em silêncio, com os olhos baixos.

— Vejo que também gostou do meu travesseiro — enfatizou a posse, um sorriso escapando de seus lábios, enquanto ela se dava conta de que ainda abraçava o objeto fofo e pessoal dele.

— S-Sinto muito, eu... Estava muito cansada, foi o único cochilo de verdade que tive desde que cheguei aqui.

— Imagino que sim. Bem, mas como disse, as regras a enquadram como um tripulante comum e nenhum deles se deita em minha cama. — "droga!" Sasuke pensou, qualquer um deles seria punido por essa audácia e se não a castigar de alguma forma, estará claramente lhe ofertando um tratamento privilegiado.

A Cerejeira dos maresOnde histórias criam vida. Descubra agora