Impossível Resistir - Serie Paradise City - Livro 2

Capítulo 14

Julia

Apenas... Uau!

O lugar era simplesmente maravilhoso. Agora eu entendia por que Jude o chamou de pequeno paraíso. Ele tinha toda razão.

Assim que caminhamos para fora das árvores, uma vasta campina se abriu diante de nós. Um tapete de grama verde cobria todo o chão. Há mais flores aqui do que eu já vi em toda minha vida. São tantas cores e espécies que parece impossível descrever. A clareira terminava ao longe, em um enorme lago de águas turvas e superfície lisa. Era tudo tão calmo e belo! 

Estou absolutamente encantada com lugar, e mal percebo que estamos caminhando. O calor dos dedos de Jude enrolados aos meus, me puxando suavemente, era minha única pista.

— Jude, eu... — não tenho palavras.

Ele lançou um olhar por cima do ombro, e sorriu. — Eu disse que valeria a pena.

Jude me arrastou por mais alguns metros até chegarmos à sombra de uma árvore gigantesca, que ficava bem ao lado do lago. Tudo o que eu podia pensar, é que eu gostaria de ter uma tela aqui agora. Parecia um desperdício não pintar esse lugar.

Nem sequer parecia real. Eu não conseguia esconder meu fascínio. O céu estava incrivelmente azul, o lago calmo e sereno, e a imensidão de flores aparentemente infinita. Eu me sentia pequena, da maneira mais incrível.

— Que árvore é essa? — perguntei, olhando bem para cima.

O grosso tronco sustentava uma infinidade ramos se estendiam para todos os lados. Vários deles, cheios de folhas, quase tocavam o chão, fazendo parecer que estávamos envolvidos por uma cortina natural. Absolutamente lindo. O resultado de toda essa obra prima, era uma imensa área sombreada, em que caberia umas vinte pessoas, no mínimo. 

— É enorme! — conclui, deslumbrada.

— Um Sobreiro. — respondeu Jude — Lindo, não?

Não sei se ele estava falando do Sobreiro, ou sobre a coisa toda. De qualquer modo, minha resposta servia para os dois. — Perfeito.

— Pena o clima não estar bom para banho. — disse Jude.

Ele tinha razão. Apesar do sol alto retratando o início da primavera, a brisa fresca ainda indicava que tínhamos acabado de sair do inverno.

— Mas, podemos voltar se você quiser.

Fiz que sim imediatamente e ganhei um largo sorriso de Jude em resposta.

Assisti intrigada enquanto Jude tirava uma grande toalha de mesa quadriculada de dentro da mochila que ele havia trazido. Logo atrás vieram potes que continham alguma coisa, copos plásticos, uma garrafa térmica. Como poderia caber tudo isso ali?

— Jude, você organizou um piquenique pra mim. — inclinei a cabeça e fiz um biquinho — Isso é tão fofo.

— Fofo? Você acaba de reduzir meu ego a nada. Obrigado. — ele estendeu a toalha sob a sombra, e então olhou para mim — Não fique aí olhando. Anda, vem me ajudar.

— E qual seria a graça? Vou deixar você terminar e receber todo o crédito. — falei, caminhando para a beira do lago — Enquanto isso, vou lá olhar aquele belo píer.

Num lugar como esse era muito fácil esquecer de tudo. Éramos só nós dois e a imensidão. Não havia espaço para dúvida, distração ou medo. Era um mundo só nosso, e podíamos fazer qualquer coisa nele. 

— No que você está pensando? — a voz de Jude estava perto, mas eu não me virei. Ouvi a madeira do píer ranger sobre seus pés conforme ele se aproximava.