Capítulo 16

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Julia


A noite estava calma e fresca.

Apesar disso, minhas mãos suavam. Se não fosse pelo aperto de Jude, elas estariam tremendo também. Eu precisava me acalmar. Isso não era sobre mim. Era o que eu dizia a mim mesma. Melanie estava entrando em trabalho de parto, e nós precisávamos ajudá-la.

Assim que chegamos ao nosso destino, olhei para fora da janela e vi que Mel estava sentada tranquilamente em uma cadeira de balanço na varanda. Uma pequena mala estava aos seus pés, e ela sorriu quando nos viu. Vê-la assim me trouxe algum alívio. Não sei explicar por que eu estava com tanto medo. Tudo ficaria bem com ela e os bebês.

Pete pareceu acordar para a vida assim que viu a esposa. Ele pulou do carro, em direção a entrada da casa, saindo do seu estado de inércia anterior. Jude e eu seguimos seu movimento. Mas, antes que eu pudesse dar um passo adiante, senti a pesada mão de Jude enrolar em meu antebraço. Eu o olhei confusa. Não podíamos parar. Eu sabia que precisávamos levar Mel para o hospital logo.

— Jude, nós temos que-

— Você está bem? — me interrompeu, seu aperto tornando fraco meu movimento para me soltar.

— Nós não temos tempo, va-

— Julia, você está bem? — ele disse cada palavra pausadamente. Seus olhos me encarando de maneira intensa.

Para não perder tempo com palavras, assenti duas vezes.

— Tem certeza? — insistiu.

O que eu poderia dizer? Ele me viu dentro do carro. Viu que eu deixei transparecer alguma coisa. Eu não queria pensar que algo de ruim poderia acontecer com Mel. Infelizmente eu não tinha um bom histórico para comparar. Pelo canto do olho, vi Pete se aproximar com Mel.

— Eu estou bem. — falei, olhando para Jude. Esperando que aquela resposta fosse suficiente.

Ele assentiu uma vez e me soltou. Eu corri para ajudar Mel a entrar no carro.

— Parece que Pete comoveu o bar inteiro. — disse ela, rindo. Porém, sua respiração entrecortada me alertou.

— Você está bem, Mel? — perguntei, tomando seu braço, ajudando-a a entrar no carro.

— Sim. — respondeu. Mas, assim que disse essa palavra, fechou os olhos e apertou com força a mão que a estava segurando. Em seguida, começou a respirar fundo.

— Mel? Mel? — Pete chamava, alarmado.

Ela contou mais algumas respirações profundas, e então abriu os olhos e sorriu.

— Contrações. — explicou Mel — Elas tem vindo em intervalos menores agora.

— Acho que isso quer dizer que temos chegar logo ao hospital. — disse Jude, dando a volta no carro.

Como ele sabia disso? Bom, agora não tinha importância. Ele estava certo. Pete e eu acomodamos Mel no banco da frente, para que ela se sentisse mais confortável. Depois nos sentamos no banco de trás, e Jude colocou o pequeno Audi A1 para correr. Em tempo recorde paramos na entrada do hospital. Pete saltou do carro, e cinco minutos depois voltou com dois enfermeiros e uma cadeira de rodas. Eles posicionaram Mel sobre ela, e seguimos todos juntos para dentro. No saguão do hospital, os enfermeiros prosseguiram com Mel através de um extenso corredor. Provavelmente levando-a para a sala cirúrgica. Pete precisava preencher alguns papeis na recepção, mas vi que ele não tirou os olhos de Mel até que ela sumiu atrás de uma porta.  

— Ei, grande homem, — falei, me aproximando dele — Vai dar tudo certo. Não se preocupe.

Pete olhou para mim e apertou minha mão. — Obrigado.

Impossível Resistir - Serie Paradise City - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora