Capítulo 11

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Julia


Me inclinei para trás em minha cadeira, descansei minha cabeça contra o encosto do banco e fechei os olhos. Permaneci assim quase o caminho todo de volta. Não abri os olhos, exceto pelas vezes que eu olhava pela janela, para saber se ainda faltava muito. Jude não falou comigo de novo. E nem eu. Eu não podia acreditar no que havia acontecido. Para falar a verdade, eu ainda estava tentando entender.

Eu havia parado de respirar quando Jude escorregou atrás de mim. E continuei não respirando quando seus braços vieram ao meu redor. Meu coração por sua vez, parou completamente no momento em que suas mãos começaram a acariciar meu estômago. De um minuto para o outro eu tinha ido de furiosa-a-ponto-de-estrangular-Jude para outra coisa bem diferente. A quem estou tentando enganar? Eu queria que ele me tocasse mais. Eu o desejava. Com aquele simples toque, cada parte de mim se ascendeu. Como se o meu corpo o reconhecesse.

Eu estava começando a me entregar, pronta para satisfazer o desejo das minhas células que gritavam o nome de Jude. Mas, bem aí ele parou, e se afastou.

No início eu não havia entendido o porquê. Naquele momento, achei que ele desejava estar perto de mim tanto quanto eu dele. Quando ele me puxou para mais perto, e afundou o nariz no meu cabelo, eu senti seu coração batendo forte contra as minhas costas. Sem mencionar seu... huh... Esqueça isso, Julia.

Jude não estava interessado. Simples assim. O fato de não existir mais Laura entre nós não significava nada. Aquela Noite (e eu continuo pensando nela com letras maiúsculas) foi apenas resultado de várias doses de tequila. Quando Jude acordou naquela manhã, percebeu que havia cometido o erro de dormir com uma amiga. Apenas isso. E ele não faria novamente. Ele não me queria.

Eu era uma garota de sorte em tudo, pois assim que esse fato me ocorreu e uma onda de constrangimento me invadiu, o carro parou. Respirei aliviada. Agora eu poderia correr para a segurança do meu apartamento. Para longe de Jude e longe dessa confusão.

— Obrigada pela carona. — murmurei, destravando o cinto de segurança.

Como Jude não respondeu, eu me virei para olhá-lo. Ele estava me olhando de volta. E permaneceu assim, sem dizer nada.

Estranho.

— De nada. — finalmente respondeu. Depois voltou a olhar para frente.

— Hum-hum... Tchau. — eu disse, e abri a porta.

Ele não disse nada, ou falou bem baixinho. De qualquer forma eu não ouvi sua resposta. Assim que bati a porta, fechando-a, ele arrancou com o carro e foi embora.

Hoje eu não ficaria esperando por uma mensagem.


***


Na manhã seguinte, escutei o ruído do meu celular vibrando, então acordei. Esfregando os olhos, virei para pegá-lo debaixo do travesseiro. Não vou negar que senti uma pontada de esperança de que fosse um texto de Jude. Realmente havia uma mensagem de texto. Mas, era de outra pessoa.

Mãe: Estou na cidade. Por favor, venha me encontrar.

Meus olhos ainda estavam pesados, o que me fez questionar se eu tinha lido certo. Uma segunda olhada, e estava lá. Era mesmo da minha mãe. Ela estava aqui e queria me ver.

Rapidamente digitei seu número. Duraram apenas dois toques antes que ela atendesse.

— Julia?

— Mãe, oi. Recebi sua mensagem. Você está mesmo aqui em Austin?

— Sim.

— Aconteceu alguma coisa?

Impossível Resistir - Serie Paradise City - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora