Capítulo 26

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JUDE

Uma batida em algum lugar próximo me acordou. Eu estava em algum outro lugar num sonho distante. O barulho de louças tilintando me deixou temporariamente desorientado. Quanto tempo eu tinha dormido?

Ao abrir os olhos notei que estava sozinho. Julia não estava mais ao meu lado. A luz solar brilhante infiltrava-se a partir da borda das cortinas. As repetidas batidas trouxeram minhas emoções e pensamentos de forma tranqüilizadora para o presente. Ela estava perto. Não tinha ido embora.

Para comprovar minha teoria, ela entrou no quarto, sexy como o inferno trajando a mesma camiseta que vestira para dormir. Suas mãos carregavam uma dessas mesinhas de madeira – que eu não fazia idéia que tinha –, com o que parecia ser um delicioso café da manhã.

— Você já acordou? — questionou com as sobrancelhas arqueadas. — Eu queria te surpreender.

Ergui meu tronco, posicionando-o sobre os cotovelos, a fim de observar melhor o que ela havia preparado. Um sorriso veio á tona quando vi o quanto ela havia se empenhado. Havia frutas cortadas em pequenos cubos e dispostas em taças de vidro. Dois copos de suco estavam arrumados ao lado de torradas com geléia vermelha. Para completar, havia duas xícaras com café fumegante quase transbordando. O que eu poderia dizer? Minha mulher me conhecia bem.

— Acordou cedo?

— Sua única tentativa de me levar café na cama foi fracassada por motivos que não valem a pena lembrar agora. — disse ela. O canto de sua boca se curvando em um meio sorriso. Em seguida, deu de ombros. — Então, eu pensei em te compensar de alguma forma.

— Compensar?

— Te agradar.

Ah, agradar. — cocei o queixo, sentindo a aspereza da minha barba por fazer na ponta dos dedos. — Entendo.

Parada a minha frente daquele jeito, Julia parecia a encarnação dos meus desejos mais ocultos.

— Deixe aí em cima. — ergui o queixo em direção a mesa redonda no canto do quarto.

Ela fez como pedi, e logo voltou sua atenção para mim, em expectativa.

— Vem aqui, Julia. — continuei, estendendo uma das mãos.

— Não está com fome?

Seu olhar decepcionado teria me feito voltar a trás, não fosse necessidade cega e sufocante de tomá-la.

— Fome? — aproveitei um momento de distração e a puxei sobre a cama, com um movimento rápido. Prendendo-a sob meu corpo. — Sim, estou com fome. Morrendo, na verdade.

Ela caiu com um gritinho estrangulado. Sua risada reverberando em meu peito.

— Acha engraçado?

— Hum... Não?

Puxei a barra da camiseta para baixo, expondo sua clavícula delineada. Senti gosto de chocolate com canela enquanto beijava sua pele. Aliás, ela cheirava a morangos com creme. Tornando tudo uma deliciosa mistura incandescente de sentidos.

— Quem está rindo agora? — murmurei contra pele quente do seu pescoço.

Ela não respondeu. Eu a beijei.

Minha boca abrigou a dela. Puxei seu lábio inferior entre os dentes e em seguida deixei minha língua saboreá-lo, convidando seu gosto a penetrar lentamente em mim. Sua língua tinha gosto de laranja.

— Por que você não quis...? — perguntou Julia, interrompendo brevemente o beijo. — Ontem... Você sabe.

— Por que você começou a me beijar daquele jeito. Eu não ia conseguir ser doce e lento. E você merece doce e lento.

Impossível Resistir - Serie Paradise City - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora