Heart

98 5 3
                                    

Dizem que quando você está prestes a perdão o chão, seu coração palpita em ondas frenéticas até que ele pegue o embalo da disparada e se torna uma competição de velocidade máxima, entre seu desespero e sua incontrolável vontade de se acalmar, mas aquele momento eu nem pensava nisso.

Aquele momento, eu não conseguia pensar em me conter, meu corpo ficou tenso demais, minhas pernas estavam fracas, meu peito ardia como se tivesse sido apunhalada, mas a dor era maior, minha mente me auto sabotava, eu conseguia sentir minhas lágrimas descendo meu rosto de uma forma frequente, não conseguia ouvir as pessoas em minha volta, porque tudo ficou inerte, tudo que eu escutava era um choro, o meu choro.

Meu pai mal estacionou e eu desci do carro em disparada a entrada principal do hospital onde Collyn havia dado entrada, eu corria, mas parecia que ao mesmo tempo eu não saia do mesmo lugar, isso são decorrentes ao sentimento do medo, ao choque, ao transe, a fodida sensação que seu mundo desmoronou.

- Collyn... Collyn Miller aonde ela tá, por favor - eu parei minha corrida no balcão branco principal aonde havia duas mulheres, as duas se assustaram com a minha chegada e ficou me olhando sem reação- Por favor, aonde ela tá- disse batendo no balcão pra que elas me falassem logo.

- Moça, se acalma ok- disse uma delas erguendo a bancada que impossibilitava o acesso a elas, e logo depois, vindo em minha direção. - Toma uma água, por favor, se acalma.

-filha- disse minha mãe- calma ok, calma.

Eu olhei ao redor e todos estavam me olhando, e quer saber fodasse. Eu comecei a correr o hospital a dentro, eu precisava ver ela, precisava falar com ela, precisava me certificar que ela estava bem, eu precisava olhar nos teus olhos, eu estava me culpando, culpando por ter ido pra casa, era pra eu estar com ela, se eu tivesse lá, talvez não teria acontecido, mas essa porra dessa doença maldita sempre nos pegavam de surpresa, eu passei mais de cinco corredores e eu não encontrei uma alma que eu conhecesse, eu estava a procura da sua família, e nada, peguei meu celular no bolso e acionei o número de Clara, enquanto isso ia olhando dentro de cada quarto que eu passasse naquele longo corredor branco. Até que escutei meu nome na ligação.

- Clara... Oi, aonde vocês estão, me fala o corredor.- Eu dizia desesperada à ela.

- Oie minha linda... segundo andar, corredor oito. Calma Jenna vem devagar.-notei que sua voz está trêmula, ela havia chorado.

- Estou indo.

Eu corri em direção ao elevador, esse prédio era enorme, contia cinco andares, todos eles obtinham vinte e cinco salas de internações divididas em setores diferentes. O da Collyn era o setor de emergência, localizado no segundo andar, havia de tudo lá; pois se aplicava em condições de sofrimento intenso ou risco eminente de morte, exigindo um atendimento imediato.

Eu virei o corredor que dava acesso ao elevador, e que merda, uns indivíduos estavam fechando a porta, eu corria o mais rápido que pudia, mas quando eu o toquei a mesma não dava mais tempo.

- MAS QUE MERDA!!!!- disse batendo a mão na lataria prateada. O único jeito era correr pras escadas, comecei a correr o mais rápido que eu podia novamente, eu nem estava ligando que eu estava indo escada a cima, eu pulava dois degraus pra tentar ir o mais rápido possível, era um lance de quatro escadas intercaladas, quando mais eu subia mas demorava pra chegar. Até que felizmente eu terminei de subir, meu peito estava ofegante comecei ir em direção ao corredor 8 seguindo as placas de sinalização, alguns médicos passavam por mim, eu vi pessoas em seus quartos gemendo de dor, eu podia ouvir gritos de puro sofrimento, aquele lugar era um caos, uma ala deplorável.

Quando eu pude notar a placa indicando o número 8, eu andei o mais de pressa em direção a ele, de longe pude enxergar, sua família, seu pai me avistou primeiro e susurrou meu nome a Clara, que junto dela a vovó virou também, eu corri para abraçá-la, ela chorava muito, chorava de dor, chorava de medo, chorava de preocupação, era a Collyn ali, o seu bem mais precioso, eu não consegui manter as lágrimas, eu acabei desabando em seguida abraçando todos. Meus pais chegaram logo depois de mim.

WANDINHA_(DEPOIS DO AMANHECER)Onde histórias criam vida. Descubra agora