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POV. Collyn.

Após nossa saída da entrevista, eu entrei na Van aonde Jenna já estava acomodada no último banco do transporte. Além dela, tinha só o motorista me aguardando, Lizzie veio junto mas teve que sair ás pressas para uma reunião de negócios, adentrei na Van e fui me direcionando ao lado de Jenna, pude observar que ela estava com seu fone preto e olhava pra fora da janela com os braços cruzados e uma cara nada boa, ela estava brava? me perguntei, optei por não dizer nada e coloquei meus fones também.

O motorista subiu a parede preta que nos dividiamos dando privacidade a nós, eu a olhei e ela nem sequer desviou o olhar ou mudou de posição, já havia passado dez minutos, e me perguntava o que tinha acontecido, se tinha falado algo errado mas não aconteceu absolutamente nada, e assim continuou por meia hora que insistiam em me incomodar, tirei meus fones e me sentei virada pra ela, e ela ainda nem sequer se mexeu, até eu tocar sua mão. Só não contava que era pra se esquivar de mim, eu fiquei encarando sua mão em silêncio e depois a olhei nos seus olhos, ela pareceu se incomodar, respirou fundo e tirou seus fones se virando em minha direção.

- O que aconteceu? - eu a perguntei.

- Porque não me disse que estava conversando com seu empresário para retornar ao Brasil? - ela soltou na lata e eu a olhei com uma expressão triste. Não pude deixar de desviar o olhar abaixando a cabeça.

- Olha eu iria te contar- ela nem sequer esperou eu me justificar e já me atropelou.

- Iria me contar quando?- perguntou para mim.

- Jenna, eu iria confirmar primeiro, não é certeza que eu vá, ele entrou em contato comigo antes de ontem.- respondi para ela.

- Antes de ontem?- perguntou.

- Sim.- falei.

- Dois dias Collyn, você sabe como essas coisas são burocráticas e se ele mandasse você ir ontem? ou Hoje? você mal me contou e eu fiquei sabendo no podcast.- ela dizia indignada.

- Olha Jenna, eu sei como as coisas são burocráticas mas ainda eu tenho um contrato de dois meses aqui lembra?-eu a disse colocando meus braços em volta da cintura dela fazendo ficarmos mais próximas.

-Ok, me desculpa mas talvez eu esteja sofrendo antecipadamente- ela me olhava nos olhos e depois pude ver sua cabeça abaixando enquanto mexia no fio do seu fone.- Não quero ficar longe de você.- confessou.

-Olha pra mim- eu a pedi e ela cedeu- você não vai ficar longe de mim amor- pude ver ela sorrir de canto.

-Quer dizer, eu entendo que você tem uma vida além daqui, que tem compromissos em outro país, e tá tudo certo sobre isso, eu só não quero ficar longe mais.

- Eu entendi. - a expliquei.- mas fica tranquila.

Ela me abraçou, e nesse abraço eu conseguia processar o que ela estava sentindo, conseguia entender o medo que a tomava, eu só queria tranquiliza-la e dizer que está tudo bem.

O resto do caminho a gente foi abraçadas até que chegamos ao nosso destino. Eu sai da Van, e ela me acompanhou, agradecemos ao motorista, e fomos em direção ao meu trailer, eu caminhava centímetros a frente dela até que senti ela pegando em minha mão e cruzamos nossos dedos, de início eu fiquei olhando nossas mãos por segundos, depois levantei o olhar e ela sorria pra mim, então contiamos caminhando de mãos dadas.

- O céu está lindo hoje né?- ela disse olhando pra cima, diminuindo o ritmo dos passos.

- Sim, tá bem estrelado.- falei e comecei a fazer o mesmo, eu adorava ficar olhando as estrelas, imaginar que somos um grão de areia em meio ao universo às vezes me aterrorizava, havia tanto que não foi conhecido ainda, e isso me deixava intrigada.

WANDINHA_(DEPOIS DO AMANHECER)Onde histórias criam vida. Descubra agora