|Capítulo vinte e oito|

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Quatro meses depois.

Ninguém conseguiu recuperar sua rotina, o tempo passou rápido, mas as buscas por Woojin continuavam no ponto zero, e a maior preocupação era que o dinheiro que ele tinha retirado de sua conta, poderia ser o suficiente para ele viver a vida todo escondido — caso quisesse. Todos estavam acomodados na grande mansão que era cercada por seguranças, e nem Taehyung ou Han saiam sozinhos.

Tae se acostumou com a presença de Han, ele nunca se imaginou nessa posição, dividindo a casa com um ex submisso de Hoseok, mas assim como ele, o garoto era uma vítima e estava tentando se recuperar dos traumas marcados em sua alma.

Taehyung descobriu que ele foi procurado por Woojin para conseguir informações de Hoseok e Yoongi, mas Han nunca soube muita coisa da vida dos dois, e mesmo assim continuou se encontrando com ele, porque em seu íntimo, queria descobrir o que V tinha, que faltava nele. Houve uma época em que Han realmente desenvolveu sentimento amoroso por Hobi, mas descobriu tarde demais que nunca teria uma chance.

— Eu te invejava. — Han confessou baixinho, com o rosto corado em timidez. Ele estava conversando com Taehyung, pois sentiu que precisava colocar tudo para fora. Ele não queria se sentir um intruso. — No dia que eu vi vocês juntos, que eu te vi com Hoseok e percebi que ele estava te compartilhando com o amor da vida dele, eu me senti traído. Na verdade, não tínhamos nada para trair, mas eu fui substituído tão rápido que fiquei com raiva.

— Han...

— Por favor, só escuta. — Ele fungou, brincando com os dedos. — Eu achei que estava amando, mas eu não faço a mínima ideia de como esse sentimento ia se desenvolver, porque eu não tive mais tempo ou sanidade para pensar sobre isso. Tae, eu não sou uma ameaça, eu sei que você nunca me viu assim, mas eu preciso te falar. Hoseok hoje se tornou apenas um lembrete de todas as coisas ruins que me aconteceu, pois foi por ele que eu me ceguei. Eu vou ser eternamente grato pela ajuda que estou recebendo, vocês me salvaram e eu não gosto de imaginar o que teria acontecido comigo... Eu vi o que aconteceu com você.

— Os vídeos? — Tae perguntou retoricamente, porque ele sabia a resposta. Pensar que alguém além dele teve que assistir ao seu inferno particular, o deixou nauseado. — Ele fez com você também?

— Sim, mas no final não ficamos tanto tempo juntos e ele sempre quis você, não eu. Ele me fez assistir a tudo apenas para eu aprender a agir como você. Eu sinto muito, eu não podia negar.

— Ele nunca nos permitiu negar, você não precisa pedir desculpas por isso. — Mesmo aterrorizado e com vergonha, Taehyung entendia de quem era a culpa, e o homem a sua frente carregava um fardo que não o pertencia.

— Eu ficava com tanto medo. — Han começou a chorar. — Ele reproduzia exatamente como as filmagens, então eu sabia o que ia acontecer e isso só piorava o meu terror. Aquele sádico filho de uma puta... Tae, eu realmente sinto muito. Eu sinto por você ter passado por tudo aquilo sozinho, sinto por ter visto o que deve ser o seu pior pesadelo e eu sinto por mim mesmo, por ter desejado estar no lugar que você está hoje, por ter me cegado diante a um amor que provavelmente não era real.

— Está tudo bem agora Han. — Tae o abraçou de lado e o confortou, porque ele entendia.

— Não está bem, você não entendeu. — Ele levantou o rosto e encarou a íris castanha do moreno. — Eu te odiei, por Deus, eu nem te conhecia, não tinha um único motivo para ter rancor de você, mas por um curto período de tempo, eu te odiei... E depois você me salvou. Eu sou a pior pessoa do mundo, nem ao menos consegui me desculpar decentemente e você continua aqui do meu lado, nunca me abandonou e me acolheu quando eu mais precisei.

Masmorra da Liberdade | TaeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora