|Capítulo oito|

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O dia amanheceu nublado, um clima frio e úmido que Taehyung odiava. Esse tempo em particular trazia à tona lembranças do qual o moreno gostaria de esquecer.

Passou as horas segurando uma ansiedade crescente em seu coração, a cada 60 minutos rodados no relógio, sua frequência cardíaca parecia aumentar gradativamente. Tentou terminar um trabalho, tentou pintar e tentou dormir, falhando em todas as tarefas.

Quando faltava duas horas para o encontro, parou de andar em círculos e finalmente dedicou-se a tomar um banho e se arrumar.

Alguns quilômetros de distância do apartamento do moreno, Hoseok e Yoongi já se encontravam prontos e igualmente ansiosos. Passaram o dia discutindo sobre uma melhor abordagem... Não queriam ser invasivos, mas queriam tanto que tinham medo de apressar todo o processo.

Tinham que conhece-lo primeiro.

Hobi e Yoon passaram tantos anos no controle de seus sentimentos e controlando sentimentos alheios que apenas a hipotese de um desequilíbrio os aterrorizavam. Apesar de toda confiança, já não se lembravam mais de como correr atrás de uma pessoa, nunca tiveram tanto medo de serem rejeitados na vida, talvez por nunca desejarem alguém tanto quanto desejam o V. O casal queria o garoto dobrado as suas vontades, queriam ter o prazer de machuca-lo e domina-lo a cada movimento e ação, para depois, terem o deleite de segura-lo e cuida-lo como se cuida de uma obra prima.

Kim Taehyung seria pintado a gana de seus mestres. A mais linda obra.

Os mais velhos desconfiavam desse sentimento, uma sensação muito além do desejo sexual e fetichista. Ainda era momentâneo demais para deduzir outra coisa, mas eles sabiam.

Jung e Min entraram no carro e foram em direção ao humilde bairro. Chegaram no prédio antigo composto por vários apartamentos pequenos, não tinha um porteiro ou trava de segurança na porta, então apenas subiram no elevador e foram para o andar do mais novo. Tocaram a campainha e afastaram-se um passo para trás.

Mantinham as mãos entrelaçadas e corações unidos em um único ritmo. Sincrônicos.

Taehyung abriu a porta enquanto o casal fechava qualquer abertura às dúvidas. Nenhum deles estavam com medo. Taehyung estava perfeito. Os três eram perfeitos.

— Oi... — Tae falou após puxar uma quantidade excessiva de ar. Os homens a sua frente usavam Jeans e camiseta, com um enorme sobretudo de costura fina sobre o corpo. Casuais.

Kim estava com um casaco de couro sintético e botas Street, pensou que talvez devesse voltar e se trocar, mas antes de concluir sua ação, avistou ambos seus acompanhantes se soltarem e se afastarem, deixando um espaço vazio no meio.

— Você está lindo! Vamos? — Hoseok estendeu a mão para o mais novo.

O moreno sentiu suas pernas falharem em excitação, toda a aura imponente tornou sua respiração pesada, deixando-se ser abraçado pela mesma. Mesmo se ele negasse, seu corpo já obedecia.

— Sim senhor. — Taehyung segurou a mão de Hobi e se deixou ser guiado. Ele foi posicionado no centro e sua única função foi fechar a porta. Notou o sorriso de satisfação dos mais velhos e quis mais daquela sensação. Quis agradar.

Andaram lado a lado até chegarem ao carro, sem se tocarem. A porta foi aberta para Tae que se acomodou da melhor forma possível no banco espaçoso e confortável.

Seguiram até um restaurante calmo e elegante onde Yoongi tinha uma reserva, uma mesa afastada para dar mais privacidade aos três. Taehyung sentou-se na frente do casal.

A família do moreno nunca foi rica, mas viviam bem e com estabilidade financeira capaz de proporcionar uma qualidade de vida, ele teve o privilégio de frequentar bons estabelecimentos e aprender sobre como se portar no meio das diversas classes sociais. Por mais que preferisse um hambúrguer e batata frita, não estava perdido no menu ou nos talheres que seriam utilizados. Culinária Italiana.

Masmorra da Liberdade | TaeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora