quatro.

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Point of View: Maya.
[🦋]

- Falei que não ia ser tão ruim assim. - Disse encostada na arvore, enquanto ela estava deitada na grama, olhando pro céu.

- Você não falou nada disso. - Me olhou, me fazendo rir.

- Mas pensei. - Ela estalou com a boca, enquanto eu desviava o olhar pra ela rapidamente. Dessa vez, nós que matamos aula. O semestre estava acabando, já tínhamos passado em álgebra e eu não aguentava mais ficar naquela sala quente.

- Ele é engraçado as vezes, mas continua me irritando, viu hoje de manhã, né? Dissimulado.

- Vi, mas nunca entendo as brigas de vocês.

- Ai, implicância, tento não revidar porque sei que é proposital, mas perco a paciência.

- Aqueles casais de clichê adolescente que se odeia mas é louco pra se pegar.

- Prefiro a morte.

- Vou até parar meu desenho pra olhar bem pra essa sua cara. - Ela me olhou também.

- Pois pode olhar, que estou falando sério. - Ri.

- Tenho que te conhecer muito pouco pra cair nessa.

- Tipo, ele é bonitinho? Até que é, confesso. Mas é um bobo, faz até perder o encanto. Porém... - A olhei de novo.

- Han...

- As vezes percebo ele me encarando e provoco de propósito. Esses dias estavamos estudando depois da aula, vi que ele estava olhando pro meu decote e hoje... bang! - Subiu o camisetão que vestia, mostrando uma regata curtinha e decotada, me fazendo gargalhar.

- Você é podre.

- Gosto de ver a carinha dele.

- Vamos ver até onde isso vai dar.

- Espero que em um dez, estou precisando. E você e o Oscar?

- Estamos quase terminando, só falta a parte de construir o negócio lá. Vamos fazer hoje.

- Ta com decote também? Eu estaria.

- Sem decote, desculpa a decepção. - Ela revirou os olhos.

- Ele quer ficar com você.

- E vamos começar com esse assunto?

- Óbvio? Começar, recomeçar, retornar, até você ficar com ele. Garoto é um gato, vamos acordar pra vida. - Ri.

- Somos só amigos.

- Mas se ele quisesse... - A olhei.

- Óbvio que não ia negar, né? Não to morta. - Ela riu. - Mas somos só amigos. - Revirou os olhos e dessa vez, eu que dei risada. O sinal tocou, ela tirou a camiseta, dobrou e colocou na bolsa, soltando os cachos e olhando na tela apagada do celular.

- Como estou?

- Longe de parecer que vai encontrar alguém que acha feio. - Ela semicerrou os olhos.

- Você é uma vadia.

- Sim, eu sou. - Ela riu, beijando meu rosto.

- Tchau, garota. Bons estudos com o Oscar. E ficou lindo. - Se referiu ao desenho, me fazendo rir.

- Obrigada, te amo. Bons estudos.

- Também te amo. - Mandou beijo, enquanto eu fechava o caderno, colocava na mochila e olhava pra porta da escola, vendo ele sair e olhar pros lados, levantei e assobiei, vendo ele vir na minha direção, enquanto eu encostava na grade.

Delito | Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora