onze.

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Point of View: Maya.
[🦋]


Jamais negaria uma festa, quem dirá depois de ter passado cinco anos pulando de festa em festa de todos os tipos todo final de semana.

Aqui não seria diferente. Nove e meia em ponto eu já estava prontinha esperando a Ayla, que foi pontual.

- Enfermeira e motorizada, ta dificil te alcançar. - Soltei, entrando no carro, enquanto ela ria.

- Paco me deu de presente no meu último aniversário. E não neguei, né? Independencia feminina tem limite, estava precisando, ir pro centro de ônibus todo dia não dá. - Gargalhei.

- Pois vai me levar pra cima e pra baixo sim.

- Levo, estou tão apaixonada nele que qualquer oportunidade de dirigir, eu estarei dirigindo. - Riu. - Ta uma gata, ein?

- E você também, né? - Ela balançou os cabelos, me fazendo rir. - Vem cá, de quem é essa festa?

- De nenhum dos lados, é do Bobby, lembra? - Neguei. - Ele estudou com a gente no colégio.

- Ah, um baixinho, malhado?

- Isso, que falavamos que ele era rebaixado. - Ri.

- Lembrei.

- Então, ele tá dando umas festas bem legais aqui pelo bairro.

- E como funciona quando é festa assim?

- Depende de onde é a festa, eles seguem sem entrar no território um do outro, então hoje, que é do nosso lado, eles não vem. As coisas aqui estão bem diferentes, depois de tudo. Não é nada que te faça ficar e querer construir um futuro, mas nada que te faça querer sair com urgência, pelo menos por enquanto. Mas vamos falar de coisa boa, ein? - Aumentou o som com Let me hold you do Bow Wow.

- Encontrei o Oscar hoje.

- Já? - Rimos.

- Nos encontramos no mercado sem querer.

- Eaí?

- Eaí que nada, nos falamos por dois segundos. Só oi pra lá, oi pra cá e um cara, alto, careca e com uma tatuagem na cabeça o chamou.

- Ah, o Beltran.  Ele é sério mas é gente boa. E como você ficou se sentindo?

- Balançada, não vou negar. Balançada e puta, o fim do mundo eu sentir isso mesmo depois de cinvo anos sem vê-lo.

- Nunca me conformo que depois de finalmente ter rolado, aconteceu esse mundarel de merda com vocês.

- Pois é. - Suspirei. - Mas passou, né? Eu que saiba lidar com isso. Não era pra ser.

- Passou naquelas, né? Você ficou mexida, ele também é mexido com você, então... Acho que não era pra ser naquele momento. Quem sabe agora.

- Como você sabe, garota? - Rimos.

- Amiga, o cara ficou perguntando por você por cinco anos. Ele é lider de uma gangue, liderou a gangue de dentro da cadeia e mesmo assim quando ligava a primeira pergunta era "tem noticias dela?" e foi a primeira pergunta que ele fez quando saiu também. Óbvio que deve ter ficado mexido também quando te viu hoje.  - Virei pra janela, segurando o riso e dando graças a Deus quando percebi que estavamos estacionando.

A festa era em uma quadra de basquete que tinha aqui no bairro, bem grande e apesar de não lembrar do Bill, Billy, Bobby, agradeço pela iniciativa, pois tava com cara de estar uma delicia.

Delito | Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora