Point of View: Maya.
[🦋]Conforme eu tinha imagino, aquela foi a última vez que eu e o Oscar nos beijamos, em compensação, daquele trabalho em diante, não saimos mais ao lado um do outro e muita coisa aconteceu na nossa vida.
Já tinha se passado alguns anos desde esse dia. Vi ele largar o colégio no ano seguinte e se tornar o líder dos Santos, virando um cara temido no bairro, com o sangue frio, totalmente calculista e racional quando se tratava da gangue.
Do meu lado, formei no colégio e passei pra faculdade, ainda na Califórnia, porém em outra cidade. Dali em diante, minha rotina era passar a semana lá e nos finais de semana, voltava pra Freeridge pra ver meu pessoal.
E por falar em pessoal, ao contrário de mim e do Oscar, depois daquela noite Ayla e Sad não se desgrudaram mais, engataram firme. Ele seguiu o mesmo caminho que o Oscar, enquanto ela fazia enfermagem, e sinceramente? Os dois eram uma graça. Depois daquele trabalho, nossas duplas viraram oficialmente um quarteto e eu morria de saudade deles todos os dias.
- Chris, pode ir. Seus pais devem estar te esperando.
- Só de sentir o cheiro da torta da minha mãe já fico até arrepiado. - Rimos.
- Vai trazer um pedaço como sempre, né?
- Não. - Coloquei a mão no peito, ofendidíssima. - Porque queria te convidar pra ir comigo final de semana que vem. Meus pais estão curiosos pra te conhecer de tanto que falo de você.
- Comer a torta da sua mãe quentinha enquanto falo sobre NBA com seu pai? Acho que é uma proposta difícil de recusar. - Ele riu.
- Pensa com carinho. - Ouvi o barulho do motor no fim da rua e nem precisava olhar pra saber quem era. - Olha aí ele. - Deu um sorrisinho amarelo, enquanto eu ria e via o carro do Oscar se aproximar. - Bom final de semana, aproveita.
- Você também. - Fizemos um toquezinho, nos abraçando em seguida.
- Te vejo segunda?
- Infelizmente. - Brinquei, antes de entrar no carro, o fazendo rir. Fechei a porta, joguei a mochila pra trás e olhei pro Oscar, que revirou os olhos. - Para. - Segurei o riso.
- Cara feio.
- Aí você ta mentindo. - Ele revirou os olhos de novo. - Oi Oscar, tudo bem? Estou ótima, obrigada por perguntar. Morri de saudade essa semana. - Ele riu fraco.
- Sabe que também estava com saudade. Sempre sinto. - Me abraçou, cheirando meu pescoço e me fazendo arrepiar.
Um pequeno detalhe desses anos que se passaram. Não consegui cumprir a promessa de deixar de sentir frio na barriga depois daquele beijo. Eles não só continuaram, como pioraram e permanecem comigo até hoje. Não recomendo, não se apaixonem pelo melhor amigo de vocês.
- Ele ficou te esperando, é? - Ri, por ele ter voltado no assunto.
- Sim, já que alguém atrasou.
- Foi mal. Estava tendo reunião lá em casa e demorei pra conseguir dispensar os caras. - Assenti. - Vocês estão ficando? - Gargalhei.
- Não, cara. Ele é um dos meus únicos amigos nesse lugar, é meio natural que tenhamos pego intimidade. - Ele assentiu, ligando o rádio, enquanto eu segurava o riso de novo.
- Tirando esse feio, como estão as coisas aí? - Era rotina. Todos os sabados de manhã Oscar ia me buscar pra levar pra casa, enquanto eu ia o caminho todo tagarelando no ouvido dele como tinha sido a semana. As vezes empolgada, outras desanimada, mas ele sempre ouvia atento, me confortando nas semanas ruins e falando o quanto sentia orgulho quando algum projeto dava certo.
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Delito | Oscar Diaz
FanfictionJuntos, poderíamos nos condenar Vamos cometer uma tragédia E se eles nos pegarem escapando Temos a desculpa perfeita