trinta e tres.

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Point of View: Maya.
[🦋]

- Não...

- Sim...

- Não... - Gargalhei, segurando a caixinha e observando o anel. - Claro que vai, Sad. É a cara dela! - Ele respirou aliviado.

- To me cagando todo. - Gargalhei.

- Vai pedir quando? Não acredito, finalmente meu Deus. - Ele riu.

- Ainda não sei. Queria uma data especial, mas também não queria esperar até o ano novo.

- Quando é o aniversário de namoro do vocês?

- Não faço ideia. - Revirei os olhos, mesmo sabendo que seria ele em uma relação. -  Caralho, to nervoso. E se ela falar não?

- Ela não vai falar, garoto.

- Não sei, Maya. Eu não pedi até agora por medo de acabar prendendo ela a minha realidade. Por mim, tinha pedido assim que terminamos o colégio, tinha certeza que era a mulher que queria pra minha vida.  Mas sabia que não ia poder dar a vida que ela merece, e ela anda meio distante ultimamente, tenho receio dela estar percebendo isso.

- Vocês nunca conversaram sobre isso? - Perguntei, lembrando do que eu e ela conversamos há algumas semanas atrás.

- Não.

- Sad, a Ayla está com você há 8 anos. Você sempre a deixou livre pra ir embora quando quisesse, ela ficou, mesmo no meio dessa sua vida maluca. Te amar, ela te ama, muito. Pelo coração dela, sei que aceitaria na hora, mas conversa com ela antes sobre isso. Pergunta o que ela ta sentindo, quais são os planos pro futuro...

- Mas e se eu confirmar o que já estou achando? Se ela falar que cansou de mim, ou sei lá?

- Bom... Não acho que ela vá falar isso, mas caso esteja, você vai saber uma hora ou outra, né? - Ele ficou pensativo. - Mas não é o que vai acontecer, a conheço, você também, se fosse isso, ela já teria falado. Conversa, depois pega um dia que ela está de folga, faz um jantar e no fim, mete o anel no dedo da bichinha.

- Tá... Por Dios, nem quando vendi droga a primeira vez fiquei tão nervoso. - Gargalhei. - Acha que o Oscar toparia fazer o jantar? - E aí foi minha vez de suspirar.

- Com certeza. - Dei um sorrisinho.

- Vou falar com ele. - Soltou animado, me fazendo rir. - Aproveitando a deixa, parou a palhaçada vocês, né?

- Ele quem escolheu, meu amigo. Quer água? - Fui pra cozinha, enquanto ele assentia.

- Mas o que rolou? Foi por causa do Chris de novo? - Passei o copo pra ele.

- Antes fosse.

- Foi o plano, né?

- Ele te contou?

- Fico surpreso que tenha te contado. - Ué. - Já falei pra ele esquecer essa porra.

- Calma... Estamos falando do mesmo plano, né?

- É ué, do Oscar querendo se vingar dos Profetas pelo o que aconteceu. - Que safado.

- É, foi isso que ele me contou. Contou não, eu meio que descobri sem querer.

- Eu também ficaria puto no lugar dele, muito. Mas as coisas estão boas agora, não tem porque mexer nisso. Uma hora ou outra a vida vai fazer eles pagarem.

- É... - Soltei, bebendo a água rápido, enquanto ele olhava no celular.

- Enfim, se resolvam e tenta fazer ele esquecer disso, tá? Não se reencontraram pra deixar esses caras separarem vocês de novo.

- Não posso prometer.- Ele riu.

- Vocês são dois orgulhos, por Díos. Deixa eu ir buscar a Ayla que o plantão dela antes que algum médico boa ponta ofereça carona. - Gargalhei.

- Para com essa história. Vai atrair, ein? - Ele bateu na madeira, fazendo uma cruz, enquanto eu ria de novo.

- Obrigado pela ajuda, irmã. - Beijou minha testa.

- Não precisa agradecer. Vai dar tudo certo. - Ele levantou as mãos pro céu, me fazendo rir.

- E não por nada, mas por algum milagre, ele ta em casa nessa sexta. - Disse, saindo de casa.

Tomei um banho, coloquei um baby doll que hoje estava um calor do caralho e fui fazer a janta, mas estava com as palavras do Sad entaladas na garganta ainda. Esse safado estava me julgando, sendo que estava planejando fazer o mesmo?

Ah não.

Peguei meu celular, as chaves de casa, calcei chinelo e saí, vendo as luzes da casa dele acesas.

Mais um dia Maya imediatista indo na porta de Oscar pra tirar satisfação, prometo que é a última vez.

Toquei a campainha e ele demorou, provavelmente se certificando de quem era. Logo ouvi as trancas girando rapidamente e a porta abrindo.

- Você tá doida de sair assim?- Olhou pras minhas pernas, segurando minha mão e me puxando pra dentro. - Você gosta de me tirar do sério, né? Não é possivel. - Fechou a porta.

- E você igualmente, né? - Ele suspirou, colocando a mão na cintura.

- Do que você tá falando, Maya?

- Fez um show por conta do meu plano contra o Omar, sendo que também tem um contra os Profetas pra se vingar. - Ele revirou os olhos, suspirando.

- Sad é um fofoqueiro do caralho. - Foi pra cozinha, enquanto eu o acompanhava.

- E não vem com essa de que é diferente porque você isso e eu aquilo, estamos no mesmo barco. - Ele encostou no balcão, cruzando os braços e me olhando, o que me fez, por alguns segundos, perder a postura.

- Eu imagino que sua vontade de fazer justiça seja até maior que a minha, mas fico maluco só de imaginar no que isso pode dar. Já disse que não me importo com o que pode acontecer comigo, mas com você... Porra, eu fico louco só de imaginar alguém te machucando.

- Mas eu me importo. - Me aproximei dele. - Eu morro de medo de acontecer algo com você todo dia, sinto vontade de pegar sua mão e fugir daqui sem olhar pra trás, porém, não posso. Se eu te pedisse pra voltar atrás nesse plano, você volta?

- Não. Não por não te escutar, mas...

- Não seria justo, né? - Ele assentiu, abaixando um pouco a guarda e desfazendo os braços cruzados, apoiando aos mãos na pia. - Então entende meu lado e não me deixa sozinha. - Parei na frente dele, tocando seu peitoral. - Não tô pedindo pra você me apoiar, só... Pra ficar do meu lado. Eu preciso de você, Oz. - Acariciei seu rosto e ele fechou os olhos, enquanto eu roçava meu lábio no dele.

Ele riu fraco, segurando meu rosto.

- Também odeio o fato de você saber que me tem na mão.

- É? - O olhei, roçando nossos lábios. - Não parece. - Ele riu fraco, me segurando pela nuca e me beijando.

 - Ele riu fraco, me segurando pela nuca e me beijando

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Delito | Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora