Point of View: Maya.
[🦋]- Eu posso explicar. - Eu soltei, soltei o clichê.
- Pra que você quer essas informações? - Foi puxando todas as folhas soltas da agenda. - Não é o que eu to pensando, né?
- É... Na verdade eu não sei o que você tá pensando, mas é bem provável que seja isso mesmo.
- Então foi por isso que voltou?
- Foi. Eu não vou seguir minha vida em paz sem fechar esse capítulo, Oz.
- Mexendo com esse cara você não vai ter mais capitulo nenhum, Maya. Não vou deixar você fazer essa porra.
- E você tem que deixar o que? Deixar por deixar, eu também não queria deixar que você continuasse nos Santos, e olha pra você agora.
- Mas entrar nos Santos estava no meu destino!
- E vingar meus pais está no meu! Você faria o mesmo no meu lugar.
- Óbvio que faria. Porque seria uma pessoa de gangue se vingando de um igual. Você ta mexendo num campo minado onde a única vai ser a única que sairá prejudicada.
- Entao me ajuda! Só não me pede pra desistir, que eu não vou.
- Maya eu tento te proteger desde os nossos 15 anos, tá me pedindo pra eu te ajudar no seu homicídio? Se ele amava sua mãe e a matou, acha que ele vai fazer o que com você quando descobrir que você é fruto da relação com o cara que ele mais odeia? Ele só não mandou te matar aquele dia porque não te achou, e você vai se entregar de bandeija agora?
- Prefiro morrer tentando derrubar esse cara do que viver com essa eterna sensação de que não fiz nada. Não aguento ver ele rico, bem, morando em uma mansão lá em Malibu, fazendo merda atrás de merda, enquanto meus pais que ea inocentes estão mortos. Mortos pela mão suja dele.
- Como você sabe onde ele mora? Você ia entrou em contato? - Coloquei as mãos na cintura e desviei o olhar, típico de quando estou escondendo algo, e ele me conhecia bem. - Maya... Vocês já estão em contato?
- Ele é pai do Chris.
- Ele é o que? Puta que pariu, olha na merda que você tá se metendo.
- Eu não quero matar o cara, Oscar. Só fazer ele pagar por tudo o que fez. Não sou igual a ele.
- Eu sei que não, mas não precisa ser muito esperto pra saber como isso vai terminar.
- Confia em mim.
- Porra Maya, em você eu confio. Não confio nele. Ele foi cabeça de uma das guerras mais sangrentas que esse bairro já viu, depois fugiu e é tão foda que ninguém consegue pega-lo. Esse cara é perigoso pra caralho.
- Eu sei...
- E mesmo assim não vai recuar?
- Não.
- Então eu tô fora.
- Oscar... - Tentei segurar em sua mão mas ele desviou, saindo e batendo a porta da sala.
Respirei fundo, sentando na cadeira e enchendo a boca de panqueca, enquanto as lágrimas caiam.
(...)
Desde aquela manhã, Oscar finge que não existo.
Não bloqueou meu número, mas também não me respondia. E da única vez que o encontrei na rua, passeando com o Juan, apenas me deu um oi, enquanto o bichinho fazia a maior festa no meu colo.
Eu não ia voltar atrás na minha decisão, mas que ele estava fazendo falta, estava. Muita!
Comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora e senti um beijo na bochecha.
- Vamos jantar?
- Ai que susto, homem. - Virei, com a mão no peito, fazendo ele rir. - Achei que não fosse passar aqui essa semana.
- E não ia, mas minha mãe me ligou a tarde me chamando pra jantar, e pediu pra te chamar. - O olhei, enquanto ele ria. - Você conquistou a mulher.
- Se ela me chamou, eu vou. - Pisquei.
- Não ia se fosse só eu não, cretina?
- Sair pra jantar com meu chefe? Acho que pega mal. - Ele gargalhou.
- Eu saio antes, sua chata.
- Elas estão me odiando já, não adianta mais. Acho que a Hellen é afim de você inclusive, nunca foi muito com a minha cara, mas desde aquele dia que nos viu conversando, vai menos.
- Mal sabe que estavamos fofocando. E ela não faz meu tipo.
- Nenhuma de nós né? - Ele riu de novo.
- Já arrumou suas coisas, querida? - Gargalhei, fechando a bolsa.
- Já, perturbação. Vamos? - Ele assentiu e nós saimos, amém que não encontramos ninguém, só a Luana, que ficava na recepção.
Entramos no carro e fomos em direção ao restaurante, que não era muito longe.
- Meu amor! - Levantou delicadamente da mesa, enquanto nós aproximavamos.
- Oi, mamãe. - Ela me abraçou, me fazendo rir.
- Aaah é assim?
- Oi Clarice. Como a senhora está?
- Estou ótima e vejo que você também. - Quem dera, mulher. Doida pra chegar em casa e chorar. - Oi, minha vida.
- Agora é minha vida, né? - Ela riu, o abraçando.
- Estava entediada em casa, chamei Chris pra jantar e falei pra ele te chamar também, pra relaxar um pouco no meio da semana.
- Estávamos precisando. - Soltei e ela riu.
- Imaginei.
- Pode admitir que hoje é seu dia de folga do velho, mãe.
- Christopher... - Deu aquela olhada de mãe, mas segurando o riso. - Às quartas o pai dele vai pra uma reunião de negócios, então tenho as noites livres e sempre acabamos não encontrando, né?
- Meu dia mais feliz. - Beijou a mão dela. Logo fizemos os pedidos e assim que ela fechou o cardápio, o olhou. - Fala, dona Clarice. - Fechou também, olhando pra ela.
- E o Frank?
- Verdade, e o Frank? - O olhei atenta.
- Tá bem. - Eu e Claricd nos olhamos.
- E vocês...? - Ela insistiu, enquanto se se espalhava na cadeira, segurando o riso, tal qual um adolescente.
- Estamos bem, ok? - Clarice riu. - Nós saimos com ele sábado, ele se deu bem com o pessoal. - Me olhou.
- Sério? E ele é tão bonito quanto por foto? - Me perguntou, animada.
- Bem mais. E cheiroso, viu?
- É, ele é mesmo. - Chris disse com os braços cruzados e um sorrisinho, me fazendo rir.
- Não por nada, mas por mim, tá aprovado. - Clarice riu.
- Por mim tá semi, só falta conhecer.
- Um dia quem sa... Nossa, ele te colocou um chip? - Disse sério.
E mais uma vez meu estômago revirou só de ver aquele homem.
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Delito | Oscar Diaz
FanfictionJuntos, poderíamos nos condenar Vamos cometer uma tragédia E se eles nos pegarem escapando Temos a desculpa perfeita