Delito | Oscar Diaz

cinquenta e três.

Point of View: Oscar

[✝️]

- Veio visitar? Pegar alguma coisa? - Soltei, ouvindo a porta abrir

- Vai se fuder, cara. - Cesar riu. - Uau, o que aconteceu aqui? - Ele olhou a sala e eu acompanhei. 

- Você ainda pergunta? Ele só deixaria uma pessoa mudar aquela decoração horrível de vocês. - Ruby soltou.

- Eu acho fofo. - Monse provocou.

- E eu deixava ela me grafitar todi... - Jamal começou, mas o olhei. - Bom dia senhor assombrado. - Revirei os olhos.

Maya tinha terminado de pintar e grafitado a parede onde ficava o sofá. Eles não mentiram, primeiro que antes a decoração da casa tava feia pra caralho, segundo que não deixaria outra pessoa mexer em nada aqui.

Peguei a coleira do Juan, colocando nele.

- Vão pra lá a noite? - Perguntei, colocando as chaves e celular no bolso.

- Óbvio, e por favor... Sem aquela cerveja horrorosa. Ano novo, cerveja nova, tenho o paladar delicado. - Jamal soltou e eu não aguentei, dando risada.

- Si pasa algo, llámame. - Falei pro Cesar e ele assentiu.

- Ele me xingou, né? Certeza. - Ouvi Jamal falando antes de sair de casa, me fazendo rir de novo.

Hoje era véspera de ano novo, iamos fazer um churrasco na Maya. Sou cético pra caralho com tudo que envolve data comemorativa e com essa não seria diferente.

O ano só está virando, sinal de que os anos estão passando e ponto, nada vai mudar de um dia pro outro.

Mas dessa vez, estava com uma sensação diferente. Depois de cinco anos ia passar essa data podendo olhar os fogos no céu quando virasse meia noite. Brindando com os meus irmãos, ao lado da minha garota, e não em uma cela com mais sete caras.

Não tem ceticismo que vá competir com isso.

Passei no mercado, comprei as coisas e fui pra casa dela, soltando Juan assim que entramos.

Estava tudo em silêncio, então imaginei que ela estivesse dormindo ainda. Coloquei as sacolas no balcão, começando a tirar as coisas de dentro.

- Aí, caralho. - Ouvi uma vez masculina e virei rapidamente, vendo o Chris. - Não é nada disso que você ta pensando.

- E o que eu tô pensando? - Cruzei os braços.

- Ficou tarde pra eu ir embora e acabei ficando, mas juro que só dormimos.