trinta e nove.

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Point of View: Maya.
[🦋]

- Acho que estamos avançando. - Chris soltou com um sorrisinho.

- To vendo, dormindo lá todo dia, datezinho romântico, levando flores.

- E recebendo.

- Amo um romance.

- Tava pensando em apresentar vocês. A gente podia sair pra comer qualquer dia, ou beber alguma coisa.

- Ok... Você realmente tá apaixonado.

- Maya... Eu tô. - Rimos. - E naquela fase que você só aceita, sabe? Acabou medo, acabou tudo, quero só viver.

- E eu tô amando te ver assim. Dito isso, claro que topo conhecer ele. Mas vem cá... Então você tem pensado em de fato, dar um próximo passo?

- Olha... Eu acho que sim. Nós já ficamos há meses, ou seja, no tempo de gay isso já são anos. - Ri. - Nos gostamos, ele parece querer algo sério também, então não tem pra que ficar enrolado, né?

- É... - Dei uma garfada no salmão.

- Fala.

- Ele já te apresentou pra alguém?

- Tô mais amigo dos amigos dele que ele. - Ri.

- Tá, isso é ótimo. Mas é que, você sabe que oficializando, isso começa a ficar um pouco mais profundo, né?

- Como assim?

- As apresentações...

- Maya, eu sou burro, seja clara. - Rimos.

- Provavelmente ele vai te apresentar pros pais dele, até porque vão começar a entrar mais na rotina um do outro. E aí ele sabe que você não é assumido pros seus? E tá tranquilo quanto a isso?

- Nunca falamos sobre isso, então acredito que ele ache que eu seja. Mas já comentei que não me dou bem com meus pais e que provavelmente ele não vá conhecer tão cedo por termos uma relação distante. - Assenti, bebendo o vinho.

- Nem tão tarde, né? - Ele riu. - Você não sente vontade de falar nem pra sua mãe?

- Muita! Esconder dela é o que mais me mágoa. Obviamente no fundo ela sabe, eu não disfarçava nada quando criança, mas queria falar mesmo, sabe? Comentar sobre meus casos com ela, apresentar o Nick... Poxa, eu já fui casado praticamente e ela nem sabe.

- E não conta por que? Tem medo dela falar pra ele?

- Muito. Se minha vida já é caótica sem ele saber dessa parte, se soubesse então. E eu sei que é errado, e até meio covarde da minha parte. Em algum momento vou contar pros dois, ele que se foda, só não quero que perturbe minha cabeça mais do que já perturba. Agora esconder da minha mãe realmente me deixa mal. - Segurei a mão dele.

- Sabe o quanto apoio isso, né? Acho que vai te fazer muito bem. Além do mais, a conhecendo, sei que não vai mudar nada entre vocês. Não te acho covarde, acho que tudo tem seu tempo. É uma decisão séria, sei o quanto pesa pra você e saiba que estarei aqui quando chegar a hora.

- Eu sei que estará. - Beijou minha mão. - Um belíssimo casal. - Gargalhamos.

- Demais.

- Vem cá, ele nunca te pediu pra namorar comigo? Ofereceu dinheiro, sei lá? - Engoli o seco. - Sei que sim, Maya. Pode falar.

- Ele te contou?? - Ele gargalhou.

- Não, mas é a cara dele, me surpreenderia se não tivesse feito. Você o encantou aquele dia no restaurante, desde então ele só fala em como você seria uma boa namorada, em como se encaixa na família, em como estou sendo otário de te perder. - Ri. - O que ele te ofereceu?

Delito | Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora