The Bride

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"De que são feitos os garotos?

De sapos e caracóis,

Além da cauda de cachorros

E de que são feitas as garotas?

De açúcar, tempero e tudo de bom."

"Nursery Rhyme."

Dezoito de setembro de 1888, terça-feira(manhã) "...?" Inglaterra.

Puf, já se passaram uma semana desde o dia do corredor, e fora isso nada mais aconteceu, Chevonne se trancou em algum lugar e eu não a vejo mais, Meredianna evaporou assim como apareceu, a Doll não sai do subsolo, até Marcel e Cheshire sumiram da minha vida!

O único que ainda permaneceu foi ele, Cain, não sei o que ele tem também, voltou a não falar comigo. Bom eu não me importo! Só acho que estou enlouquecendo aqui! Não aguento mais me perder nessa casa! Nem ouvir mais a voz da Yue me provocando! Aquela loba fedorenta! Não aguento mais essa casa...

- Lady... Como está? - Hn essa voz...?

- Bankotsu...! Estou entediada! - Digo rispidamente.

- Bem, eu vou sair... Eu e a Chevonne, vamos há uma reunião com os Maurêveilles. Para pedir a permissão para adotá-los.

Olho para trás e a vejo, Chevonne. Ela está tão diferente, os olhos castanhos estão com olheiras enormes. O cabelo totalmente bagunçado e a cara mais desolada do mundo.

- Tem certeza de que não vão interná-la se ela sair desse jeito na rua?

- Tenho bom, um pouco, mas... - Ele se abaixou e sussurrou. - Ela está assim há uma semana e não sei o que fazer...

- Tente tratá-la melhor... - Sussurro de volta.

- Hu, bom nós vamos indo, adeus!

Huf... Espero que eles consigam a nossa guarda, tudo bem que aqui está um saco! Mas é melhor que nada... Saio da sala de estar e subo as escadas, está frio. Ainda bem que me arrumaram roupas que me sirvam, e tenho um guarda roupas só meu, mas mesmo assim aqui está muito frio. Não cruzei o corredor misterioso, e nem tenho mais vontade de cruzar, caminho a passo firmes e entro no "meu" quarto. Agora eles tiveram também o bom senso de colocarem duas camas para nós, uma de cada lado do quarto.

E lá ele está lendo, unfh o que esses livros têm? Assim que entro, ele se revira na cama, ficando de costas para mim. Ah não aguento mais!

- O que foi? Eu não menti para você naquele dia! Por que você está assim desde então?!

- O que eu tenho ou não, não cabe a senhorita saber. E eu acredito no que meus olhos veem, e eu odeio mentiras.

Ele então me encara com aqueles olhos roxos frios e sem sentimentos, que se destacavam em seu rosto pálido, gh... Por que eles me dão tanto medo? São tão demoníacos... Tomo coragem e digo:

- Ora! Mas eu não estava mentindo!

- Calada! Se vier me irritar sugiro que se retire, ou em mesmo farei isso!

- SAIA DAQUI ENTÃO! - Grito, furiosa.

- COM TODO PRAZER!

E assim ele fez, saiu sem nem me olhar. Gh foi melhor assim, se ele continuasse aqui juro que o mataria! Ah como eu o odeio! Tão falso, tão diabólico, tão mau... Tão... Tão... Tão Cain! Sim é essa a palavra que o define bem! Cain!

Jogo-me na cama e fecho os olhos com força. Por que minha vida é esse eterno pesadelo? Eu só tenho 12 anos! E creio eu, que uma menina da minha idade, normalmente estaria se preocupando com suas aulas de piano e francês ao invés de ficar fugindo de uma organização criminosa! Como eu queria ser como aquelas garotas que eu vejo nas ruas fazendo compras com sua mães...

The Ripper - Saga Maurêveilles - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora