Stage Dement

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Quando respiramos pela primeira vez, todos nós choramos e gememos.

Choramos de tristeza, por nascermos e nos vermos aqui neste grande palco de dementes!

Viemos sem nada ao mundo, o homem despido da civilização não passa de um pobre animal.

Shakespeare.

Bell solta um gritinho, olho timidamente para cima, uma fenda se abre na parede a poucos metros de mim, arregalo meus olhos e sorrio.

Cain olha a sala, irritado, depois me encara, seu rosto está manchado de sangue assim como suas roupas, ele franze as sobrancelhas e depois sorri, algo incomum demais para ele.

- O que fizeram com você? – Ele ri. – Está péssima, já viu a si mesma?

- Q-quem fala... – Sorrio e engulo meu choro.

Outra pessoa passa pela fenda e para ao lado de Cain. Áster me encara irritado e passa reto por nós.

- Jaguadarte... – Viro para trás, Bell abre os braços e sorri. – Há quanto tempo meu caro. – Ele inclina seu rosto rindo de um modo bizarro. – Lembra-se de mim?!

- Abel? – Cain o encara irritado, depois tapa os ouvidos e nega assustado.

- Não, não... – Bell ri. – Elas disseram quem sou.

Cain deixa os braços penderem ao lado do corpo, ele exclama algo e desaba desacordado n chão.

- Ai... Cain... – Bell gargalha.

Levanto-me cambaleando e empurro Cain pelos ombros, suas pálpebras se abrem levemente, mas seus olhos estão completamente brancos.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE?! – Guincho sentindo minhas lágrimas escorrerem.

Bell gargalha mais alto, Cain arqueia suas costas e puxa o ar com força, ah... Ele me encara atordoado e se apoia nos cotovelos, passo os braços ao seu redor e o abraço apertado.

- Não faça mais isso... – Murmuro.

- Isso o que?! – Ele sussurra.

Bell solta um grito agudo de dor, encaro-o sem soltar Cain, Bell cai de joelhos e pragueja algo, Áster permanece impassível ao seu lado.

- Aquele parasita quer interferir em meu labirinto novamente! – Áster o puxa pelos braços, Bell suspira fingidamente. – Que lindinhos, não? A Rainha e seu amado Dragão, pena que ele sempre foi meu!!!

Ele se afasta de Áster e saca a espada da bainha, não é grandiosa nem bonita como imaginei, uma simples espada prateada e fina, Cain ri desdenhoso, Bell semicerra as pálpebras.

- A Vorpal? Isso?! – Ele ri ironicamente.

- Eu sou Vorpal. – Bell abaixa sua espada e nos encara irritado. – A arma que uso é a arma de minha preferência, e...

- Você não tem mais a espada em seu poder. – Áster inclina sua cabeça e sorri.

- Ás de Copa... – Bell diz entre dentes. – Não me obrigue a dividi-lo em dois, que tal? Metade a Cain e a outra a Lilith, um lindo presente.

Ele ri e empunha a espada, Cain me afasta e sorri, ele se levanta e encara Abel.

- A proposta. – Ele diz alto, sem oscilar, Bell consente e abaixa a espada. – Dizia que tu serias meu aliado, não? – Bell consente novamente e sorri. – Mas o que quer de mim então?

The Ripper - Saga Maurêveilles - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora