-------------------------------------AVISO------------------------------
Esse conto/capítulo extra contém cenas de BL (romance gay), por isso, aviso logo no começo: se não gostar do gênero, por favor, não leia. Aceito críticas construtivas, mas não preconceito contra o gênero. Obrigada - Fox.
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(...) E minh'alma dessa sombra, que no chão mais e mais,
Libertar-se-á... Nunca mais. – Edgar Allan Poe.
"Céu apático sobre mim. Contanto que eu sobreviva. Você será parte de mim. Céu apático e frio. Os fragmentos de mim. Céu apático sobre mim. Acima de mim, sobre mim." - Yutaka Yamada.
Sinto a balsa se mover e encaro o homem de olhos negros acenando e sorrindo diabolicamente para o garoto, que o encara sem acenar, encaro-o mais profundamente.
O cabelo negro que caí em cachos semi-definidos, a forma franzina, o jeito nobre de suas vestes.
É um Maurêveilles.
Bem, não sei se todos são assim, mas Raphael era assim, um pouco mais alto, mas ainda assim.
Ele se vira subitamente e me encara, sorrio. E ele se afasta rapidamente entrando na balsa.
Já sei para onde ele vai.
XXX
A balsa para e espero, ele caminha calmamente, os saltos altos demais arranham o chão, que gracinha. Ele para e encaro a forma suave de seus ombros, ele suspira, caminho até parar ao seu lado.
- St. Francis? – Indago.
- Sim...
- Que legal, vou ter um novo colega de quarto! – Sorrio cansado. – Bem vindo ao inferno...
Sigo em frente sem ver sua reação. Sei que ele será meu colega de quarto, o número limite de crianças nesse pseudo-internato é dez, eu sou o nono, logo ele é o décimo.
E bem, Raphael resolveu deixar sua vaga de décimo para ele.
XXX
Lembro-me de Raphael. Era um garoto extrovertido e engraçado, ele me contava histórias, histórias que eu desconhecia, e me mostrava algo que eu nunca tinha recebido: carinho.
Meu pai, Sebastien, nunca gostou de mim. Marie Louise havia morrido por minha causa, não que eu me lembre dela, pudera, ela morreu no parto.
- Como são seus pais, Raphael? – Indaguei em uma noite chuvosa.
Ele se sentou, enrolando-se nos cobertores cinzentos. Seus olhos azuis focaram em meu rosto, e entendi o que ele queria.
Desci de minha cama e fui até ele, sentando-me ao seu lado. Ele jogou o cobertor fino sobre meus ombros e suspirando pesadamente começou:
- Meus pais são monstros. – Ele sussurrou. – Minha família toda é.
- Por quê? – Abaixei-me encarando-o receoso.
- Os Maurêveilles são amaldiçoados, todos já nascem sabendo de seu destino. Vamos morrer, repentinamente, de uma forma sofrível, e mais dolorosa impossível, é assim que morremos.
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The Ripper - Saga Maurêveilles - Livro um
Misterio / SuspensoNosso mundo é um reflexo, e você é apenas uma carta. Em meio à uma Londres apavorada pelo caso do estranho assassino em série Jack o Estripador, uma dupla de irmãos se vê diante de uma vida totalmente diferente do que era. Após a morte do pai, Lil...